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Avaliação: Peugeot 2008 ótimo custo benefício a partir de R$ 72.990
Por Guilherme Magna | A TARDE SP

O Peugeot 2008 nasceu em 2013, na França, com o propósito de ser o principal concorrente do Renault Captur local. Fabricado com base na plataforma modular PF1 da PSA, a mesma do Peugeot 208 e Citroën C3. Em menos de dois anos o modelo já havia emplacado mais de 200 mil unidades e virou um sucesso de vendas.
Pensando nisso, a Peugeot resolveu em abril de 2015, trazer o modelo para o Brasil, onde o mercado de crossovers até então era composto por: Citroën AirCross, Hyundai Tucson, Ford EcoSport, Chevrolet Tracker e Renault Duster.
Logo após, chegaram também; Jeep Renegade, Nissan Kicks, Hyundai Creta, Honda HR-V, JAC T5 e T40 e o novo Tiggo 2.
A Tarde Autos testou o Peugeot 2008 Griffe 1.6 AT, modelo disponível no mercado por R$ 85.190. Foram cerca de 500 quilômetros rodados em rodovias e trechos urbanos, onde foi possível avaliar seu desempenho, espaço interno e os atributos do pequeno crossover. No Brasil, em 2017, foram 10.571 mil unidades vendidas, o que não fez do modelo um líder, mas o crescimento do mercado impulsionou também as vendas do 2008.
Feito para quem nunca teve um SUV, o Peugeot 2008 chega ao ano de 2018 exatamente como foi lançado. O design é atual, com destaque para as rodas de liga leve aro 16” diamantadas, dianteira com os frisos cromados que reforçam uma intenção off-road que o carro não tem, além dos retrovisores com repetidores de setas, demandas que o consumidor desse tipo de veículo procura.
Por dentro, o Peugeot 2008 impressiona com bancos em couro, colunas laterais em preto brilhante, computador de bordo e ponteiros brancos na instrumentação. Outro detalhe que chama atenção na parte interna é o espaço interno apesar das pequenas dimensões externas 4,16m de comprimento. O passageiro que ocupa o banco de trás e tem até 1,80m de altura fica confortável mas se colocar três passageiros não será tarefa fácil em caso de uma viagem mais longa, já que o Peugeot não é muito largo, 1,74m de largura. Por fim, o teto panorâmico que transmite uma sensação de amplitude aos ocupantes, embora não seja uma unanimidade.

A direção do 2008 é elétrica progressiva, o que deixa o carro mais firme em alta velocidade, muito útil para a condução em rodovias. Em nosso teste mesclamos o percurso rodoviário e urbano e tivemos uma feliz surpresa, primeiro com a estabilidade do carro; em curvas o carro se comporta bem, não deixando a frente ou a traseira se perder em nenhum momento, leve ou carregado. O consumo também fica como ponto positivo para 2008. Na estrada registramos um consumo médio de 14,3km/l, o urbano ficou em 10,1km/l com trânsito moderado. Ambos números foram aferidos com gasolina. O porta-malas não é muito grande, com capacidade para 355 litros, não dispõe de muito espaço para viagens em família.
O modelo franco-brasileiro é equipado com motor flex 1.6 aspirado de 118cv, quando abastecido com etanol e 115cv, na gasolina. O câmbio é automático de seis marchas que evolui silenciosamente tanto nas elevações quanto nas reduções de marcha. O controle do volante favorece a precisão, explorando o torque de 16,1 kgfm, aos 3.500rpm.
No quesito segurança, o carro é equipado com quatro airbags de cortina, dois laterais e dois frontais, freios a disco nas quatro rodas, ABS, LEDs diurnos e faróis de neblina. Nesta faixa de preço, não há carros equipados com tais itens. Modelos como o Duster, Captur, Ecosport e HRV só trazem kit de airbags completo ou iluminação em LED nas versões mais caras, posicionadas acima dos R$ 80 mil.
O ponto negativo do carro fica com a Central Multimídia de 8’’, que apesar de precisa e do espelhamento de celular, ela é pouco intuitiva e tem muitos subcontroles que exigem atenção e dedicação para explorar todo o seu potencial. Modelos como Ecosport e Tracker trazem modelos mais simples e modernos, o que mostra a necessidade da Peugeot evoluir nesse aspecto.

Verectido
O Peugeot 2008 apresenta boa posição de dirigir, ótimo consumo médio e traz conforto aos ocupantes sem ser um veículo grandalhão e com design que apesar dos três anos de vida, ainda segue atual. A montadora conseguiu expor toda sua proposta de um crossover europeu para o mercado brasileiro e o consumidor tem respondido bem, como provam as boas vendas do Peugeot 3008 e agora do 5008, recém lançado.
Mas ainda existe um grande preconceito dos consumidores com a marca. Há um tempo não tão distante o pós-venda da marca era o calcanhar de Aquiles da Peugeot e as peças de reposição tinham o custo muito elevado. A Peugeot apresentou no ano passado, juntamente com o lançamento do 3008 um programa de pós vendas, que consiste no comprometimento da marca a comprar o carro do consumidor por 80% da tabela FIPE.
O programa já deu sinais de sucesso, já que a Peugeot registrou em 2017 um aumento de vendas de cerca de 3 mil modelos a mais que 2016.
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