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Cherry QQ flex 2017: Vale a pena comprar o carro mais barato do Brasil?
Por Marco Antônio Jr | A TARDE SP
![Chery QQ tem motor 1.0 flex de três cilindros e 75cv](https://cdn.atarde.com.br/img/2017/08/1200x720/2017814111726375-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2017%2F08%2F2017814111726375.jpg%3Fxid%3D4173542%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1738698362&xid=4173542)
Comprar um carro zero quilômetro ainda é o sonho de muitos consumidores. O lançamento do Renault Kwid a sedutores R$ 29,9 mil, traz de volta a discussão sobre os carros mais em conta vendidos em nosso mercado como o Fiat Mobi e o Volkswagen Up!. Se a questão é ter um carro novo na garagem, uma ideia que você deveria considerar é o Chery QQ, que na versão 2018, tem motor 1.0 flex de três cilindros e 75cv (etanol) ao preço de R$ 25,9 mil. Na versão mais barata, vem com freios ABS e air bags, vidros dianteiros e retrovisores elétricos além de sistema Isofix.
Ele tem pontos negativos (e qual carro em sua faixa não tem?), mas se analisarmos com calma o seu desempenho, lista de opcionais e o nosso teste de uso cotidiano, o veredicto é que ele pode entrar na sua lista de possíveis carros novos mais baratos.
Como é o carro
Convivemos uma semana com o subcompacto sino-brasileiro, agora montado em Jacareí, interior paulista. O desempenho do motor, ainda que bem presente na cabine, não decepciona.
Econômico, ergonômico e racional, o QQ é ágil, confortável até para motoristas mais altos, um pouco apertado para quem viaja atrás e o porta-malas pequeno tem acesso mais difícil, mas levará suas compras e uma bagagem sem dificuldade. Os bancos melhoraram muito nao só no desenho esportivo e sóbrio (diferente do antigo que parecia o grafismo das velhos Renault Scenic) mas também na espuma mais consistente. Em um carro estreito, passageiro e motorista vão se esbarrar com frequência, mas o QQ devolve essa limitação com manobras fáceis para estacionar na rua ou nas vagas apertadas dos shoppings e esterça muito bem.
A suspensão é confortável, mas pode ser insegura em altas velocidades, que provavelmente não será o perfil de uso do seu comprador. O câmbio manual de cinco velocidades é o único ponto que merece atenção, pois é impreciso e barulhento que chega a incomodar.
Se for completo, como a versão avaliada, tem ar condicionado, direção hidráulica, rádio digital com entrada USB, vidros elétricos traseiros e rodas de liga leve com pneus aro 14, limpador e desembaçador além de sensor de estacionamento traseiro e custa R$ 31,5 mil. Ainda assim, a diferença para os concorrentes é grande e o comprador vai precisar desembolsar mais R$ 10 mil para chegar no Fiat Mobi e Volkswagen Up! que não terão os mesmos equipamentos a este preço.
Precisa melhorar? Precisa
Nem tudo são flores. O Chery QQ da atual geração nasceu na China em 2015, e a partir deste ano desembarcou no Brasil. Ele evoluiu e muito diante da antiga versão, a começar pelo design desenvolvido na Itália e no motor VVT 1.0 tricilíndrico, mas traz algumas falhas que, corrigidas, o colocariam num patamar mais alto de competitividade. O antigo 1.0 DOHC a gasolina tinha 65cv. Na nova versão, a injeção eletrônica é Magneti Marelli e a bateria é da fabricante Moura.
O acabamento plástico das portas e painel é mal encaixado em alguns pontos. A maçaneta das portas são fracas e ásperas ao toque e os pinos de trava nas portas já deveriam estar aposentados. O volante é grande e tem desenho que imita um tecido parcial de couro, mas é puro plástico. O porta objetos sobre o painel em formato de bandeja redonda pode servir para apoiar uma pizza, e o freio de mão é barulhento como o antigo Fiat Uno Mille. Até aí, nada que seus concorrentes também não tenham como falha.
![Imagem ilustrativa da imagem Cherry QQ flex 2017: Vale a pena comprar o carro mais barato do Brasil?](https://cdn.atarde.com.br/img/2017/08/724x0/750_201781411195777-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2017%2F08%2F750_201781411195777.jpg%3Fxid%3D4173544&xid=4173544)
Como já dito, o câmbio merece muita atenção. Tem engates imprecisos, um barulho comum em transmissões antigas e a manopla é grande e lisa. Se fosse um câmbio de engates mais curtos e precisos, o carro seria muito melhor.
Outro ponto negativo notado é a falta de isolamento no bocal do tanque de combustível, que exala cheiro de gasolina se você ficar perto dele.
Os pedais levemente deslocados para a direita tem freio um pouco borrachudo e ajuste de embreagem alto. Mas calma, carros até bem pouco tempo vendidos por aqui como Celta, Gol e Palio tinham essa mesma característica.
O conjunto da obra revela um carro que evoluiu muito apagando falhas antigas, que só a própria Chery poderá mostrar com uma rede maior de concessionários aptos a cumprir os três anos de garantia do carro.
![Imagem ilustrativa da imagem Cherry QQ flex 2017: Vale a pena comprar o carro mais barato do Brasil?](https://cdn.atarde.com.br/img/2017/08/724x0/750_2017814111957372-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2017%2F08%2F750_2017814111957372.jpg%3Fxid%3D4173545&xid=4173545)
Na ponta do lápis
O carro mais baratinho do país sorri com preço convidativo mas sem opcionais como ar condicionado e direção hidráulica. Ele traz apenas os obrigatórios freios ABS e air bags.
O Renault Kwid 1.0 mais em conta custa R$ 29,9 mil. O Fiat Mobi Easy 1.0 é vendido por R$ 34.210. E o Volkswagen Up! sai por R$ 37,9 mil. Em todos os casos, são veículos básicos, quase sem opcionais e o binômio "ar e direção" soa como artigo de luxo.
Com ar e direção... bem, a história se repete e o Chery QQ continua muito competitivo.
No degrau de cima a própria Chery tem o Celer, igualmente fabricado no Brasil, ao preço de R$ 38,9 mil no hatch e R$ 39,9 mil no sedan. O motor é 1.5 flex de 115cv e o carro vem recheado de equipamentos. Nesse caso já vem concorrer com carros de motorização 1.5 e 1.6 como o HB20, Sandero, Ka, Gol, Fiat Uno 1.4 entre outros.
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