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Exclusivo: Rally a bordo do Mitsubishi ASX Flex 2018
Por Antônio Marco Jr. | A TARDE SP

Com pouco alarde a HPE Automóveis, representante da Mitsubishi no país, lançou no segundo semestre do ano passado o ASX Flex, equipado com o mesmo motor MIVEC 2.0 litros produzido aqui no Brasil, capaz de gerar 170cv com etanol e 160cv com gasolina, e desenvolver até 23kgfm de torque. Outra novidade silenciosa foi o câmbio CVT que simula seis marchas, mais eficiente para aproveitar melhor o torque. Até então, poucos jornalistas tiveram acesso à novidade e A Tarde Autos foi o primeiro meio de comunicação a rodar (e bem) a bordo da novidade flexível na abertura do Mitsubishi Motorsports, no último sábado, 24, em Mogi Guaçu, interior paulista.

Com as mudanças visuais propostas em 2016, o ASX engana pelo visual familiar e o acabamento austero como se fosse mais um jipinho feito para a cidade. Mesmo não sendo protagonista no segmento, ocupando atualmente a 16ª posição dos mais vendidos (foram 4.922 unidades comercializadas em 2017), ele provou suas qualidades no percurso que combinava asfalto e muita terra, lama, e terrenos bastante acidentados.
Ao sair do autódromo Velo Cittá, o mapa de navegação já mostrava os desafios que estavam por vir. Longe das vagas de shopping e o estacionamento apertado das grandes cidades, o ASX Flex AWD iria encarar uma vida difícil na prova de quatro horas de duração dentro do tempo e velocidade estipulados pela organização do rally de regularidade que empolga os fãs da marca.

Mesmo um pouco limitado em potência, o SUV de entrada da Mitsubishi encarou bem o desafio proposto. Ao entrarmos nos trechos de terra, acionamos a tração integral por meio do botão posicionado no painel e deixamos a suspensão trabalhar. Aliás, o ASX permite três controles: 4X2 com tração dianteira, 4X4 com atuação sob demanda, e a 4X4 na posição Lock que distribui por igual a força do motor entre os eixos. Em poucas situações a suspensão chegou ao fim do curso e o nível de conforto foi ponto de destaque provando a evolução desse tipo de veículo com aparência tão frugal capaz de vencer um trecho leve de pista off road.
Em uma das muitas situações em que nos perdemos pelo caminho, as trilhas abertas em canaviais também não derrotaram o ASX, que entrou em valetas com desenvoltura e em um dia especialmente quente, o ar condicionado automático entrou em ação, ainda que faltasse o controle digital, amplamente usado em um carro deste valor.

Na terra, o câmbio CVT trouxe agilidade para o veículo, mas ainda assim faltou força extra e os 170cv não foram sobraram para empurrar seus 1480Kg com o ASX levando duas pessoas. Ainda assim, em curvas, o controle de estabilidade e tração fizeram o papel de equilibrar o ASX, pelo menos em uma condução tranquila onde atingimos o máximo de 110km/h. A direção elétrica também foi precisa sem efeito rebote nos obstáculos e com progressividade à medida.
Na versão testada, além da tração integral, o ASX flex AWD inclui assistente de partida em rampas, bancos em couro por aquecimento, banco do motorista com ajuste elétrico, chave presencial com partida por botão no painel, central multimídia boa com tela de 6,75´´ e conexão simples com CarPlay e Android Auto, sensor de chuva e crepuscular. A versão testada por Autos é a mais completa, e sai por 128.490. Na família ASX há outras cinco versões, que se alternam entre câmbio manual ou automático, tração 4X2 ou ainda a 4X4. Os preços começam em R$ 99.990 para o modelo com câmbio manual e tração 4X2.
Nesta faixa de preço, o ASX pode não ser o melhor em termos de estilo já defasado e acabamento, mas cumpre o papel de um SUV de verdade com boa suspensão apta a enfrentar qualquer obstáculo pelo caminho.

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