AUTOS
Testamos o Chery QQ, o carro mais barato do Brasil
Por Lhays Feliciano

Há seis anos desembarcava no Brasil o Chery QQ, ou o conhecido carro mais barato do Brasil. Em tempo de crise econômica, o titulo atraiu os consumidores que almejavam o sonho do carro zero mas não podiam gastar muito.
Quem comprou as primeiras versões do QQ há alguns anos, levou para casa um carro equipado com ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico desde o preço de entrada. Esse ano, o subcompacto da marca chinesa passou por uma transformação, que do antigo, só ficou o nome e o titulo de mais barato do País. Titulo esse que só se manteve devido a versão Smile, que custa R$ 25.990 mas não conta com ar-condicionado e assistência para a direção, itens considerados recursos básicos dos carros novos vendidos no Brasil.
Produzido agora na fábrica da Chery em Jacareí (SP), o QQ mudou completamente, mas mantém a essência de ser um veículo que atende as necessidades urbanas, ideal para um casal sem filhos, um primeiro carro de um jovem ou o segundo carro da família. Por isso, o porta-malas de 160 litros é coerente com a proposta do carro. A versão 2017 ainda quebra um galho com a opção de abaixar os bancos traseiros, resultando em um espaço maior para bagagens em caso de viagens no fim de semana, por exemplo.
Apesar de ter apenas 3,56 m de comprimento e 1,62 m de largura, o QQ surpreende com seu espaço interno. Mesmo com 2,34 m de entre-eixos, a equipe de engenharia da Chery soube dividir bem o espaço. Durante o test com o New QQ, o modelo acomodou bem três pessoas no banco traseiro e não houve o incomodo dos joelhos no encosto do motorista como ocorreu no Fiat Mobi (2,35 m de entre eixo), e as cabeças também não ficam rentes ao teto do carro.
A TARDE AUTOS testou a versão Act, a mais cara da linha por R$ 31.490, equipada com ar, direção hidráulica, chave com telecomando, limpador e desembaçador, rodas de liga leve de 14’, luzes diurnas de segurança (DRL), vidros traseiros e retrovisores elétricos e sensor de estacionamento.
O design foi melhorado, e o visual agrada com a frente “risonha” herança do modelo anterior (a linha do capô insinua um sorriso).

Logo ao entrar no carro, a primeira visão do motorista é o quadro de instrumentos. O quadro tem um velocímetro digital ao centro e o conta-giros em uma meia lua preenchida por bloquinhos de leds onde o indicador de combustível fica na ponta direita deste arco.
Na parte superior do painel traz um porta-trecos em forma de bandeja arredondada e o porta-luvas, não é bem um porta-luvas, e sim um espaço que para um motorista não muito organizado, o local se tornará um acumulo bagunça á vista. Há ainda porta-objetos à frente do porta-copos e nichos nas laterais do volante. O sistema de som tem entrada USB e rádio. Peca na falta do sistema de conexão Bluetooth com o celular, fazendo com que o motorista possa ser penalizado por fazer ligações dirigindo.
NEW QQ

QQ ANTIGO

O carrinho peca em algumas coisas e acerta em outras, como os ganchos de fixação ISOFIX para cadeiras infantis no banco traseiro. Esses ganchos ISOFIX são fundamentais para quem tem crianças que usam cadeiras infantis, já que eles são muito mais seguros que os convencionais - tanto é assim que os órgão de avaliação de segurança automotiva, como o Latin NCAP, só aprovam a segurança de carros para crianças com ganchos ISOFIX.
Sob o capô está o motor 3 cilindros 1.0 tem potência máxima de 75 cv (a 6.000 rpm) e torque máximo de 10,1 kg (a 4.500 rpm). São números suficientes para o peso do carro (940 kg), mas exigem que o motor grite bastante para atingi-los. O nível de ruído é um pouco alto, mas talvez pelo fato do QQ economizar no isolamento acústico em função do projeto de baixo custo, assim como a economiza dos chicotes elétricos ao concentrar os botões dos vidros elétricos no console central, os dianteiros (um-toque para descer) estão logo atrás das alavancas, enquanto os traseiros são posicionados no túnel central. Até se acostumar, voce pode se bater ao tentar abaixar rapidamente o vidro em algum local da porta ou ensinar a todos que entrarem onde abaixar os vidros. O QQ é capaz de percorrer 12,9 km/l utilizando gasolina ou 14,4 km/l caso você caia na estrada.
Se na cidade o QQ Flex anda bem, na estrada nem tanto. A partir de 100 km/h o carro começa a ficar perigoso. A suspensão traseira por eixo rígido não ajuda nas curvas. Melhor ficar com ele só na cidade, onde a suspensão funciona bem absorvendo as irregularidades das vias. A boa altura em relação ao solo auxilia a superar lombadas, valetas e até buracos sem raladas na parte inferior da carroceria, ou deflexões de fim de curso dos amortecedores. A suspensão está muito adequada à realidade das vias brasileiras.
A garantia do Chery QQ é de 3 anos. Quem tem o modelo antigo garante que o carro não apresenta defeitos mecânicos com o tempo, mas, por ser composto com muitas peças de plástico, é um carro frágil e durante as revisões possa ser que você precise substituir uma maçaneta quebrada ou um apoio do quebra sol danificado.

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