Ação de reintegração de posse deixará 80 pais e mães de família sem moradia

Representantes do Movimento Nacional de Luta por Moradia que ocupam, desde o dia 16, um terreno baldio localizado na rua Artêmio Castro Valente, ao lado do Colégio Papillon Nobre, em Canabrava, recebem um processo com pedido de reintegração de posse do terreno.

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O processo do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), com autoria do Banco Pan S/A e assinado pelo Juiz de Direito Érico Rodrigues Vieira, diz que o não cumprimento da reintegração "acarretará significativo aumento do quantitativo de invasores e, ademais e sobretudo, a progressão de obras por parte daqueles, majorando, assim, a irreversibilidade e o prejuízo aos envolvidos".

A reportagem do Portal A TARDE entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que informou que, após a determinação, a polícia deve cumprir o pedido da Justiça. No entanto, afirmou que ainda não há detalhes sobre a ação policial.

Segundo um representante do movimento, que não quis ser identificado, eles receberam este documento com o número do processo nesta terça-feira, 25. "Umas pessoas em um carro vieram e mostram o papel do processo, também mostraram armas no carro como forma de ameaça".

O movimento informou que vai recorrer a situação. "As famílias continuam no local até que um juiz diga que de fato tenha um dono", disse o representante.

Além disso, o grupo também denuncia que diversas empresas, inclusive imobiliárias, estão cercando o terreno para conter invasões e realizando topografias no local.

O Portal A TARDE também contactou o TJ-BA para saber mais informações sobre o processo e um posicionamento do juiz que analisou o caso. O órgão informou que está buscando informações.

Entenda o caso

Um grupo formado por 80 pais e mães de família que de alguma forma ficaram sem moradia durante a pandemia do coronavírus.

Desde então as famílias já teriam recebido diversas abordagens policiais. Em um momento, conforme representante do movimento, um delegado identificado por eles como Adailton Adan teria ameaçado prender todos que estavam no local.