BAHIA
Accabem é porto seguro para idosos em Lauro de Freitas
Por Márcio Walter Machado*

Quando a aposentada Vera Lúcia Laranjeira, 77, chegou à Associação Casa de Caridade Adolfo Bezerra de Menezes (Accabem) há quatro anos, não conseguia andar e sofria de estresse. Hoje, além de ter retomado os movimentos e superar a ansiedade, passa o tempo entre pinturas e cuidados a outros internos. “Adoro morar aqui. Eles me ajudaram muito. Eu voltei a andar, voltei a pintar. Hoje, ajudo a cuidar de minha colega de quarto, que é minha grande amiga”, diz Vera Lúcia, com a voz entrecortada pela emoção.
Abrigando 87 anciãos no bairro do Caji, Lauro de Freitas (Grande Salvador), a Accabem é um lugar em que homens e mulheres maiores de 60 anos em situação de risco ou abandono acham acolhida. Fundada em 1995, a associação sem fins lucrativos oferece, além de hospedagem, assistência médica, lazer e acompanhamento psicossocial gratuitos.
“Acolhemos, preferencialmente, idosos carentes e oferecemos um lar. Muitos não têm apoio da família, chegam sem identificação e, muitas vezes, debilitados. Boa parte foi recolhida em praça pública, na praia e trazida para cá pela Secretaria da Segurança Pública ou outros órgãos”, explica o vice-presidente, Adalberto João Teixeira.
Ele conta um episódio marcante para a criação da associação: “Reinaldo Batista (hoje presidente de honra) recebeu a informação de que havia um senhor em uma praça no Caji e em quem tinham ateado fogo. O homem foi levado para a escola de caridade, que funcionava no andar térreo da casa de Reinaldo e as pessoas se juntaram para cuidar dele. De lá para cá, outros idosos começaram a vir e demos o primeiro passo para termos o nosso abrigo”.
Auxílio
O abrigo conta com 18 voluntários e 43 prestadores de serviço e vive de doações, boa parte da própria comunidade. A instituição promove festividades durante o ano para angariar fundos a serem revertidos em prol de melhorias e recursos para a entidade.
“Nós também fazemos alguns eventos para levantar capital, como um bingo em abril, uma feijoada em setembro e um forró em julho”. No entanto, segundo o senhor Adalberto, é preciso maior ajuda.
“Necessitamos de mais de duas mil fraldas por mês. Além disso, precisamos ter alimentos suficientes para poder prover as seis refeições diárias que oferecemos aos nossos idosos e voluntários, além de produtos de limpeza e higiene pessoal”, ele explica.
* Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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