BAHIA
Adolescente é agredido por mãe de colega dentro de escola
Por Alean Rodrigues/Sucursal Feira de Santana

Um desentendimento entre estudantes de uma escola particular de Feira de Santana acabou na delegacia, após um adolescente ser agredido fisicamente pela mãe de uma colega. O fato ocorreu na manhã desta quinta-feira, 7, em uma das salas de aula do Colégio Nobre, onde os envolvidos com idades de 11 e 13 anos estudam. O garoto de 13, vitima da agressão teve várias escoriações e hematomas pelo corpo e rosto e foi submetido a exames de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT). A suspeita da agressão identificada como Aline Santos de Queiroz não foi presa.
De acordo com a mãe do garoto, uma professora que preferiu não ser identificada, seu filho teve um desentendimento no dia anterior com a filha da suspeita, onde um chegou a jogar suco no rosto do outro e trocar empurrões. A direção da escola conversou com os alunos e aplicou uma advertência a eles. "Tudo teve início com uma brincadeira meu filho brincando bateu com a perna na cadeira onde a colega estava sentada, deu início a uma discussão e ela jogou suco no rosto dele, que revidou. Ambos começaram a se empurrar e a diretora acalmou o ânimos e os levou para a diretoria. Os dois receberam advertência", contou.
Na manhã desta quinta, ainda segundo a mãe, o garoto estava na sala de aula quando foi surpreendido pela colega acompanhada da mãe que já chegou o agredido verbalmente. Ao tentar falar ele foi jogado no chão e segurado pela adolescente enquanto a mãe o agredia com chutes, socos e até objetos lançados contra ele.
"Ela não deu chance de defesa, quando ele mandou que ela tirasse o dedo do seu rosto ela o jogou no chão e começou a agredi-lo, até uma cadeira foi jogada contra ele. É um absurdo pois foi um desentendimento entre crianças e a escola tomou providência. Esta mulher é uma desequilibrada", disse.
A professora contou ainda que o filho foi ajudado pelos funcionários da escola, enquanto a suspeita fugiu do local. "Pelo que me foi relatado, ela saiu gritando e puxando a filha. Entrou no carro em alta velocidade. Teve um funcionário que ainda tentou fotografar o carro dela, mas não conseguiu. Vou até as últimas instâncias para que a justiça seja feita e esta desequilibrada pague pelo o que fez com meu filho", desabafou.
A advogada Livia Belo Pina, que representa a unidade de ensino, informou que o caso está sendo apurado e que a direção está analisando as imagens do circuito interno de segurança para decidir quais medidas devem ser adotadas seguindo o estatuto interno da instituição. "Quero frisar que não tínhamos como prever algo deste tipo. É comum os pais acompanharem os filhos na escola e jamais pensaríamos que um desentendimento bobo resultaria em uma atitude como esta. Estamos dando total apoio ao aluno agredido tanto na parte jurídica como psicológica", garantiu.
Ela disse ainda que o fato é o primeiro em mais de 30 anos de instituição e que novas medidas de segurança serão avaliadas. "Além disto estamos junto com a direção e coordenação pedagógica iniciando uma campanha educativa com os alunos e familiares contra qualquer tipo de violência", destacou.
A reportagem de A TARDE esteve na residência de Aline Santos Queiroz para ouvi-la, mas ela não estava em casa. Foram deixados números de telefone para que a mesma entrasse em contato, o que não foi feito até o fechamento da matéria. O caso está sendo apurado pela 2ª delegacia.
Redução - Casos de agressões envolvendo estudantes estão sendo uma constante nos últimos anos. Dados da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), que costuma ficar responsável pela apuração destas ocorrências, demonstram que em 2013 cerca de 20 casos foram registrados na unidade. Este ano, até o momento, foram registrados 8. A delegada Klaudine Passos diz que em casos de desentendimentos entre os estudantes a direção da escola deve procurar meios de resolver a situação, inclusive contando com o apoiop da família.
"A direção deve esgotar todas as medidas administrativas, como advertências, suspensão, enfim tudo o que eles podem fazer para tentar solucionar o problema, inclusive pedindo o apoio do Conselho Tutelar e da família, que deve orientar e educar seus filhos", destacou.
Em casos extremos, como os que são cometidos atos infracionais, além do Conselho Tutelar, a direção deve procurar a delegacia para que as medidas legais sejam adotadas. "Não podemos esquecer que são adolescentes. Mas existem casos que ultrapassam o desvio de conduta e passam para atos infracionais e isto cabe a nós apurarmos", frisou.
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