BAHIA
Arquiteto apresenta case baiano em 6º BIM
Confira entrevista com Fabbio Péra, arquiteto e urbanista
Por Fábio Bitencourt
O arquiteto e urbanista Fabbio Péra está de malas prontas para o 6º BIM Crea-SC, evento que acontecerá, terça e quarta-feira da próxima semana, em Florianópolis.
Como tema BIM no Ciclo de Vida do Empreendimento, o encontro, voltado a profissionais de engenharia, arquitetura e tecnologia, objetiva disseminar a metodologia da modelagem da informação da construção.
Qual a importância do ‘BIM Crea’?
Em sua 6ª edição, o evento vem se consolidando como o mais importante fórum do BIM no Brasil, sendo também uma referência internacional. Este ano, o encontro contará a participação de comitiva de Portugal e Bélgica, além de representantes de desenvolvedores dos maiores softwares internacionais ligados a AEC (arquitetura, engenharia e construção).
Como será a sua participação?
Eu irei apresentar o projeto da reforma, ampliação e modernização do Colégio Estadual de Tempo Integral Barros Barreto, com mais de 5 mil m² de intervenção, localizado na rua da Austrália, no bairro de Paripe, em Salvador.
Esse case foi escolhido pelo governo do estado (Conder) para ser o projeto piloto na implementação da metodologia de fiscalização na Bahia, tendo um grande desafio de modelarmos com riqueza de informações, esta e outras nove unidades escolares, em apenas 90 dias úteis. No Nordeste, seremos os únicos a se apresentar no palco principal.
Esse ano são esperados palestrantes de outros países?
Sim, representantes da Building Smart, a mais respeitada instituição do BIM no mundo, estará no evento. Eles defendem o Open BIM, ou seja, a linguagem aberta e de fácil colaboração e auditoria.
A reunião é sempre realizada pelo Crea-SC, ou roda o Brasil?
O evento é anual e sempre acontece em Santa Catarina. No entanto, a organização já nos procurou e quer nossa parceria para desenvolvermos um evento em 2025, aqui em Salvador. Quem sabe virá um BIM Nordeste em Salvador?
Um decreto do governo federal, de 2020, determinava que, a partir do ano seguinte, a modelagem em 3D deveria ser exigida na elaboração de todo projeto de arquitetura e de engenharia.
A medida visava aumentar em dez vezes o uso da plataforma, com expectativa de alcançar 50% do PIB da construção civil até 2024. Em que pé está isso, que momento vive o BIM no Brasil?
No Brasil, principalmente nas Forças Armadas, o BIM já está bem difundido, já a nível dos estados ainda estamos caminhando a passos curtos, mas percebo que as licitações públicas de projeto vêm cada vez mais citando o BIM em seus termos de referência. Certamente, ainda tem muito o que evoluir, principalmente no conhecimento do que se exige nos editais, estamos vivendo uma transição lenta para a digitalização da construção, mas estou otimista. Penso que a iniciativa privada tem como propulsor as grandes indústrias, e o terceiro setor vai precisar se adaptar às mudanças e deverá mudar o quanto antes, no sentido de planejar melhor todo o ciclo de vida da construção, desde o projeto até o uso e operação.
E aqui na Bahia? Com relação às obras públicas, o seu escritório foi responsável este ano pela elaboração, em parceria com a Conder, do projeto de reforma e ampliação de dez escolas da rede estadual de ensino. Conte-nos um pouco sobre esse trabalho.
A nossa empresa, FPE Projetos & Consultoria, já trabalha há mais de cinco anos na metodologia BIM, contamos com profissionais capacitados e especializados no tema. Claro que cada projeto é um mundo diferente e os novos desafios nos garantem ganhos de experiência e troca riquíssima de conhecimento. A parceria com a Conder foi muito importante e desafiadora, porque eles nos confiaram a oportunidade de promover uma grande virada de chave na construção pública, trazendo maior transparência no processo, diminuição de desperdício e clareza nas informações.
Como a comunidade escolar será beneficiada?
Sim, a comunidade escolar foi ouvida pela Secretaria de Educação do Estado, e intermediada pela Conder, levando demandas que ultrapassaram a técnica, permitindo que projetássemos mais do que salas de aula, mas espaços de convivência escolar, esportiva e cultural, que ultrapassam as barreiras da escola. Em visita ao local, também tivemos a oportunidade de perceber o potencial cultural que estava ali.
O que você gostaria de destacar?
Gostaria de destacar que os ganhos para o setor público e a sociedade são enormes quando falamos em BIM. Quando desenvolvemos um projeto como este, como uso da metodologia BIM, integramos melhor pessoas, melhoramos o planejamento da obra, diminuímos desperdício de material, de forma que o resultado disso tudo resulta em menor custo, do ponto de vista do impacto ambiental e financeiro, considerando que aditivos em obras imersas no BIM são quase zero.
Veja vídeo sobre o 6º BIM, abaixo:
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