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SALVADOR

19 BC é reduto de mata na Paralela

Por Maiza de Andrade, do A TARDE

21/09/2008 - 1:08 h | Atualizada em 21/09/2008 - 1:30

Em tempos de rápida ocupação dos últimos remanescentes de mata atlântica da cidade, principalmente ao longo da Avenida Paralela, a área de 200 hectares de vegetação nativa do 19º Batalhão de Caçadores (19 BC) começa a ser vista como um dos poucos redutos de verde que deverão escapar da urbanização. Até o dia 15 deste mês, 1.832 pessoas tinham visitado o local, que, aos poucos, está sendo aberto para o público.

Para mostrar a riqueza dessa área e de outras onde a mata ainda está intocada, a reportagem de TARDE percorreu 10 quilômetros em trilhas, na mata do 19 BC e no “vale encantado”, que é formado pelas áreas de preservação permanente de novos e antigos loteamentos implantados em torno do vale do Rio Trobogy, em Patamares.

O economista Eloy Lorenzo, 56 anos, mostra que a preservação do que ainda resta de mata atlântica naquela região não é uma causa perdida. Nesta semana, em que se comemora o Dia da Árvore e a chegada da primavera (dia 23), mostraremos também algumas “ilhas” de vegetação que resistem e que deveriam ser protegidas, na opinião dos internautas do Portal A TARDE ON LINE.

Trilhas na mata – O ruído dos carros que passam a toda velocidade na Avenida Paralela é o sinal de que a cidade é logo ali, do outro lado do muro. Do lado de dentro, no entanto, a natureza impera na mata ainda preservada e bem protegida do 19º Batalhão de Caçadores (19 BC) do Exército, que tem acesso pela Rua Silveira Martins, no Cabula.

Na saída para uma das trilhas, guiadas pelo sargento Ricardo Almeida Moraes, uma gameleira de grande altura “abraça” o tronco de uma mangueira, parecendo mostrar que ali a vegetação nativa é que manda. Poucos metros adentro, sob a sombra de jenipapeiros, janaúbas, ingás, sucupiras, pindaíbas, paus-paraíbas, pau-pombos, e tantas outras, o barulho da cidade é substituído pelo ruído das folhas, do estalar das varas de bambu e do canto de pássaros curiosos.

Os caminhos que antes eram percorridos somente pelos soldados em treinamento estão cada vez mais trilhados por admiradores da natureza e pesquisadores. O local não está entre os parques públicos do município, aberto à visitação, mas já é possível ir lá se for feito um contato antecipado para agendamento e autorização da visita. Segundo o coronel Rogério Roza, as visitas não podem coincidir com os dias de treinamento em campo.

Represa – A densa vegetação protege as nascentes que abastecem a represa do Cascão, uma reserva de 4.400 metros quadrados de espelho-d´água. O reservatório é histórico, por ter sido construído pelo engenheiro Teodoro Sampaio, no século passado. Mas nem o valor histórico do lugar nem a riqueza da vegetação livraram o lago do pior que a cidade produz. Esgotos domésticos gerados pela população da invasão Amazônia de Baixo, vizinha ao 19 BC descem pelos córregos e desembocam na represa. O mau cheiro contrasta com a beleza do lugar.

Há um mês, o comandante Rogério Rozas determinou a suspensão da pesca e de banho no lago devido ao alto índice de coliformes fecais. Procurada pela reportagem, o superintendente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa), Cantídio Duarte, informou que será feita vistoria no local para avaliação da situação. “Isso já foi límpido”, diz, indignado, o 2º sargento Kleyton Índio Magalhães, na travessia do charco que liga a represa a uma lagoa.

Pesquisas – Pouco conhecida do público, em geral, a mata do Exército atrai pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Universidade Católica de Salvador (UCsal), Universidade de Salvador (Unifacs), Faculdades de Tecnologia e Ciência (FTC) e Faculdades Jorge Amado. Ali são feitas pesquisas sobre abelhas, répteis, samambaias, aranhas, besouros e escorpiões.

O biólogo e botânico Erivaldo Queiróz, que é colaborador do 19 BC, destaca a importância da variedade de espécies nativas encontrada na mata. “Apesar da presença de espécies introduzidas, como jaqueira e mangueira, a mata está em plena regeneração e isso pode ser notado pela presença de espécies nativas como pau-pombo, matataúba, pau-paraíba, e pindaíba”, diz ele, contemplando uma das pindaíbas, de tronco longo e liso, que, segundo ele, é muito utilizada como mastro de embarcações.

Para visitar 19 BC | contatos pelo telefone 3384-9288 ou site.

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