SALVADOR
Ação na Piedade esclarece população sobre psoríase
Por João Eça, do A TARDE
Você já ouviu falar em psoríase? Apesar do nome difícil e de ser pouco conhecida, esta doença crônica, caracterizada por manchas vermelhas e escamosas na pele, atinge, aproximadamente, 125 milhões de pessoas em todo o mundo. A principal queixa dos pacientes com psoríase é em relação ao preconceito que sofrem. Devido à falta de informação, algumas pessoas pensam que as lesões são contagiosas e evitam o contato físico.
Para a alertar a população sobre o problema, a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Associação Baiana de Portadores de Psoríase (Abapp) realizam nesta quarta-feira, 29, Dia Mundial da Psoríase, a partir das 9h, na Praça da Piedade, uma ação de esclarecimento sobre a doença e dos traumas enfrentados pelos pacientes. Equipes de dermatologistas e portadores da psoríase estarão no local distribuindo materiais informativos à população.
Maria de Fátima Paim, dermatologista e coordenadora do Ambulatório de Psoríase do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hospital das Clínicas), no Canela, afirma que a meta do evento é desmistificar o preconceito em torno da doença. “Alguns pacientes têm lesões desfigurantes, deixando-os assustados. Mas a psoríase não é contagiosa”, informa a médica.
Enock Reis Freitas, coordenador da Abapp, tem o problema há 17 anos e relata uma situação que passou. “Recusaram o meu aperto de mão ao constatar a lesão no meu braço. Tudo por falta de conhecimento. Queremos incentivar as pessoas a buscarem tratamento, pois muitos vivem enclausurados”, conta Enock.
“As inflamações da psoríase atingem principalmente o couro cabeludo, os cotovelos, os joelhos e a região sacra (final da coluna), além das articulações e das unhas”, diz a especialista.
CAUSAS – A doença ocorre, segundo ela, motivada por fatores genéticos e sobretudo devido à traumas de ordem emocional. Foi o que ocorreu com Enock. “A doença apareceu na época em que terminei o meu casamento. Isto me abalou muito”, lembra.
Com o tratamento adequado, ressalta a dermatologista, as lesões de todos os tipos de psoríase desaparecem. “Em 75% dos casos, tratamos somente com medicações de uso tópico, como uma pomada. Nos pacientes com quadros mais graves, recorremos a sessões de fototerapia ou remédios via oral”, detalha Maria de Fátima.
Tratamentos gratuitos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Ambulatório Magalhães Neto, localizado no Hospital das Clínicas, que atende mais de 200 pessoas por mês. O serviço funciona todas as quarta-feiras, a partir das 13h. Para ter acesso, o paciente tem de levar um formulário de encaminhamento do SUS assinado por um profissional de uma unidade básica de saúde, como um posto médico de bairro.
“O diagnóstico da psoríase é feito com exame clínico do dermatologista. As lesões são muito características”, explica a médica, que alerta para riscos de tratamentos à base de corticóides, sem orientação médica. “Levam a descamações e vermelhidões por todo o corpo”, diz.
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