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SALVADOR

Aluno vale até R$ 5,5 mil na compra de faculdade paga

Por Eder Luis Santana, do A TARDE On Line

23/08/2008 - 17:16 h | Atualizada em 23/08/2008 - 19:27

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Em apenas um ano, pelo menos cinco faculdades privadas de Salvador foram vendidas a grupos de investidores de fora da Bahia. E em boa parte dessas negociações, os empresários do ramo pagam entre R$ 3 mil a R$ 5,5 mil por aluno na hora de comprar uma dessas instituições.

De acordo com números da Deloitte Brazil Research, 25 escolas de ensino superior foram compradas por grupos de empresários da educação em 2008. É quase o dobro de 2007, quando foram 13 negociações desse tipo. Os números são baseados em dados sobre fusões e aquisições na internet.

Em Salvador, a mais nova aquisição aconteceu no dia 28 de julho, quando a Faculdade Ruy Barbosa foi incorporada ao mesmo time de empresários que adquiriu a Área 1 e a Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE).

A notícia da venda surgiu no site da instituição uma semana antes das aulas começarem este semestre. Sem entender o motivo da mudança, os alunos formaram uma comissão para pressionar a nova diretoria a manter a mesma estrutura de trabalho.

“A Ruy Barbosa é excelente e tem ótimos professores. De repente é vendida e os novos gestores chegam com um modelo pronto de trabalho”, lamenta Caio Marques, 22 anos, aluno de Sistemas de Informação.

MUDANÇAS – Se de um lado os analistas de mercado acreditam que o setor está em franca expansão, do outro, há professores e alunos apreensivos com as mudanças e sempre receosos com a qualidade de ensino oferecido pelas instituições privadas.

A tendência de companhias de fora da Bahia investirem na educação privada local ficou mais visível no ano passado, quando um grupo norte-americano comprou parte da Faculdade Jorge Amado.

Este ano, o mercado se movimentou depois do grupo Maurício de Nassau comprar a Faculdade Baiana de Ciências Contábeis (Fabac) e o Grupo IUNI Educacional embolsar a FacDelta (Salvador) e a FacSul (Itabuna).

No caso da Ruy Barbosa, o novo dono é a Fanor, sigla que significa Faculdades Nordeste. Agora, são 10.500 alunos em quatro unidades de ensino (três em Salvador e uma em Fortaleza).

Tanto o grupo Maurício de Nassau quanto o IUNI levam em conta que cada aluno custa entre R$ 3 mil e R$ 5,5 mil. No caso da Fanor, a base de cálculo é estipulada na perspectiva de crescimento da instituição.

A troca de gestão, no entanto, traz impactos como mudanças de grade curricular e nas relações de trabalho com professores. “Querem juntar em uma disciplina matérias como ética, antropologia e sociologia e fundir em uma matéria. E sem a participação dos professores”, reclama Marta Poetzscher, 23 anos, aluna de Psicologia.

Outra polêmica é que a Fanor pretende unificar a maioria das disciplinas em carga horária de 60 horas. Isso seria feito este semestre, se não fosse a pressão dos alunos, que conseguiram adiar as mudanças para 2009.

Com a redução da carga horário, alguns professores da Ruy Barbosa foram demitidos. No Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), 16 homologações de demissão foram agendadas desde a semana passada.

Sem se identificar, uma professora comenta que a faculdade enfrentava redução na quantidade de alunos. Algumas turmas não tiveram como iniciar aulas com menos de dez pessoas matriculadas. “Unificaram disciplinas que eram dadas em mais de um curso”, diz.

Na Área 1 e FTE, que depois de compradas pela Fanor se uniram no campus na Paralela, alguns docentes tiveram perda de 25% no salário com a redução da carga horária. “As faculdades se tornaram uma só, mas os professores têm salários diferentes. Na FTE, o valor da hora/aula é maior que na Área 1”, lamenta um docente da Área 1.

EMPRESÁRIOS – O diretor-presidente da Fanor, Carlos Alberto Filgueiras classifica como “natural” que professores e alunos fiquem apreensivos com fusões e aquisições de faculdades. No entanto, garante que essa tendência de mercado é benéfica.

“Há um movimento de consolidação de mercado e as faculdades investem em grandes estruturas de ensino. Investimos nas instituições como a Ruy Barbosa, que estava com pouca capacidade de expansão”, assinala.

Filgueiras não revela valores sobre o investimento. A meta da Fanor é atuar nas principais capitais do nordeste e ter 14 mil estudantes até o final de 2008. Por trás disso há dois investidores – o Fundo Nordeste Empreendedor e o Banco UBS Pactual.

Sobre a demissão de professores, o diretor-geral da Ruy Barbosa Adriano Miranda, garante que apenas três dos 170 docentes pediram para sair. Outras 30 pessoas foram demitidas, mas são funcionários administrativos de áreas que serão unificas.

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