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SALVADOR

Após uma semana, Prefeitura retira árvore do Canela

Por Marta Erhardt

07/07/2006 - 14:53 h

Atualizada às 16h09



Os moradores da área da Avenida Reitor Miguel Calmon, ligação Vale do Canela-Campo Grande, observavam nesta manhã a poda da árvore paineira com mais de 40 metros de altura, que ameaçava cair no local. A operação, iniciada por volta das 9 horas, envolve cerca de 30 funcionários da Superintendência de Parques e Jardins (SPJ) e deve terminar no final da tarde deste sábado.



A estrutura da árvore foi abalada com a queda de outra paineira que ficava no terreno da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia, na sexta-feira, 30. A queda da árvore, de altura estimada entre 35 e 40 metros, destruiu quatro imóveis e um automóvel.



O material retirado na operação é descarregado no aterro sanitário de Canabrava. Durante a semana, outras duas árvores, que ficam dentro do terreno da Ufba serão podadas. “Já podamos as copas. Não há mais perigo”, destaca o engenheiro da SPJ, Welisson Quadros.



Por questão de segurança, os imóveis situados próximos à árvore foram evacuados. Na rua, com os olhos fixos no guindaste, a baiana de acarajé Merilda Mendes da Silva, 27, observava o trabalho. “Foram dias de terror. Se a árvore caísse, seria em cima da minha casa”, conta. Segundo ela, a família mora no local há mais de 30 anos e caso o imóvel fosse atingido, não teriam para onde ir. “Nossa renda é daqui. Meu pai tem um bar e espaço para show, que está fechado há uma semana”, diz.



Desabrigados -Para quem teve a casa atingida com a queda da árvore, a situação é pior. Desabrigados, contam com a ajuda de amigos e parentes. “Eu fico por aqui, durmo na casa de vizinhos. Parece que a ficha ainda não caiu direito pra eu decidir o que vou conseguir salvar, como vou fazer daqui pra frente”, diz a diarista Maria Aparecida Marques, 30.



O pavimento superior da casa em que ela morava com a mãe e três filhos foi atingido. “No térreo as paredes estão todas rachadas. Afetou completamente a estrutura”, relata. A mãe, de 64 anos, e os dois filhos mais velhos estão em casas de parentes.



O administrador Mariano Sacramento, 39, passa pela mesma situação. “Estou alojado aqui neste ponto de ônibus. Meus parentes, sensibilizados, vêem aqui me trazer roupa”, conta. O imóvel em que morava com a mãe e o filho foi completamente destruído.



Ele aguarda a retirada do tronco dos escombros para verificar se há possibilidades de recuperar documentos e pertences. “Preciso que o tronco seja retirado para que eu tome outras providências. Não posso sair daqui porque minha casa já começou a ser saqueada”, afirma.



Segundo o administrador, os moradores dos imóveis atingidos vão entrar com uma ação coletiva contra a universidade na Justiça Federal. “Pra mim seria ideal uma ajuda em caráter emergencial enquanto o processo anda”, diz.



Entretanto, o prefeito do campus da Ufba, Luís Sérgio Barbosa, descarta essa possibilidade. “Tudo na Ufba tem que ser resolvido por meio de processos, pois se trata de um órgão federal. Não há como pagar indenização antes da decisão judicial”, explica. Segundo ele, as únicas ações que puderam ser tomadas foram as emergenciais, como a poda das outras árvores em risco de cair e a limpeza dos escombros.



Agora, os advogados da união estudam o caso para avaliar a ilegalidade das pessoas que habitam o terreno. “Nós temos a escritura do terreno e estamos levantando uma documentação mais detalhada para comprovar que a área atingida pertence à Ufba”, conta.



Os moradores do local, contestam. “Desde 1998, quando comprei o imóvel, ele era registrado na Prefeitura e recolhia o IPTU. Eu nunca soube que essa área pertenceu algum dia à Ufba”, afirma Mariano Sacramento.



A diarista Maria Aparecida Marques, “Minha madrinha comprou o terreno há 20 anos. Ninguém nunca reclamou, nunca apareceu outro dono. Depois da queda da árvore esse é um segundo susto para mim. Tudo que investi na minha vida foi nessa casa”, conta.



Segundo Barbosa, o processo será aberto pela universidade na Procuradoria Geral da União e a instituição vai acatar a decisão judicial. “Se ficar decidido que a Ufba deve indenizar as vítimas, vamos arcar com tudo”, garantiu.



Sobre o automóvel atingido na queda da árvore, o prefeito do campus da Ufba contou que outro processo será aberto. “Pedi ao proprietário um relatório fotográfico, o registro de ocorrência da Superintendência de Engenharia de Tráfego e três orçamentos de conserto”, informou.

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