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SALVADOR

Atoladinhas e metralhadas

Por JORNAL A TARDE

28/02/2006 - 0:00 h

Axé, pagode e funk carioca aproximam o povão dos artistas: ou é o contrário



Rosa dos Ventos




Letra de Carnaval é uma miséria. Ou melhor, um miserê, para usar um termo mais a ver com o estilo do Papão. “Miserê, todo mundo é miserê... Miserê”. É assim que a banda Psirico segue na avenida, em ritmo de quebrança e todo mundo mexe a cintura e requebra os quadris.



Na seqüência, manda outra, de swing diferente, mas que pede um gingado parecido: “Piririm piririm piririm, alguém ligou para mim”. É o funk carioca de Tati Quebra Barraco, o famoso “tô ficando atoladinha”.



E o que é mesmo “atoladinha”?



– Ah, num sei responder, não! Deixa que ela responde, ela é mais depravada.



– Eu não posso dizer, porque tô casada.



– Atoladinha... atoladinha é aquela “nhanhada” bem gostosa. É tudo de bom!



O diálogo foi entre duas moças do Pará, Kellen da Silva, 31, a solteira, e Beti Cândido, 32, a casada. Uma soteropolitana que estava perto concorda e diz que a letra de Quebra Barraco é alguma “osadia”. Mas a amiga diz que não.



Para ela, “atoladinha” é a mesma coisa que “metralhada”. Vai dizer que ainda não ouviu essa?: “Aí, meu Deus do céu, essa mulher tá acabada/A rapaziada te deixou arregaçada/Sua fisionomia hoje é de metralhada/ Você tá sambada, tá sambada, tá toda metralhada/ Trá trá, toda metralhada...”



Essa pérola é do Saiddy Bamba e caiu no gosto dos machistas. Lidiane Lima, 30, a que participou da conversa acima, diz que já foi chamada assim. “Mas, ai, se toda metralhada fosse que nem eu. Os homens tão chamando as ‘mulher’ assim quando elas não dão ligança para eles”.



É... parece que o “metralhada” é coisa de homem com ego ferido, porque essa explicação eu ouvi mais de uma vez. “Quando a gente tá tomando uma cerveja e a gente não dá ibope pros meninos, eles chamam a gente de metralhada”, dizem as meninas do Garcia, Taís, Larissa e Milane.



Entre as músicas mais tocadas neste Carnaval está uma outra, que até que não tem nenhuma pornografia, mas usa um recurso bem conhecido: o “chala lá lá lá”.



Vamos colocar aqui para ver se você lembra: “Vou de navio, de avião, eu vou de trem/Eu tô na terra, tô no ar, tô na maré/e tudo isso porque sei que o nosso amor, já é/Chala lá lá lá, Chala lá lá lá/E com você não quero só ficar”.



O que pegou nessa letra mesmo foi o “já é”. Não se sabe bem dizer se foi o Vixe Mainha, ex-Afrodisíaco, que colocou a expressão na boca do povo ou se a expressão que tava na boca do povo foi colocada na música. O que importa mesmo é que já é!



Alguns usos



- Vamo sair hoje?

- Já é!

- Quero ficar com aquela gata.

- Já é!

- Essa festa vai ser massa.

- Já é!



Pronto, agora é só seguir para avenida. O arsenal de música está completo.

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