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SALVADOR

Bichos de estimação têm espaços especiais na hora do adeus

Por Bárbara Silveira

01/08/2012 - 0:06 h | Atualizada em 01/08/2012 - 8:11
Câmara insineradora - Animais
Câmara insineradora - Animais -

Se despedir do animal de estimação, que na maioria das vezes, é tratado como parte da família não é tarefa fácil. Sílvia Catharina Araújo, se viu diante dessa situação, há dois anos, quando perdeu o seu gato, Júnior, que viveu com a família por 14 anos. Ela e os filhos resolveram dar um final digno ao bichinho, enterrando os restos mortais em um cemitério especializado para animais em Salvador.

A escolha de Sílvia vem sendo feita por grande parte das pessoas que perdem os seus animais queridos. Atualmente, a cidade de Salvador conta com apenas um cemitério destinado a animais. Até o mês de março, Lauro de Freitas possuía um cemitério e um crematório, ambos privados, destinados a animais de estimação de pequeno porte. Porém, o cemitério Jardim Grandes Amigos, que já havia recebido mais de 2 mil animais, foi desativado.

Cemitérios - Quem escolhe dar ao bichinho um enterro, por exemplo, conta com cemitérios semelhantes aos destinados a humanos. "É um lugar bonito, com plaquinhas com os nomes do animais e até foto, se o dono desejar", explica dona Sílvia, que enterrou o seu gatinho no cemitério Olorum, que fica na Estrada Velha do Aeroporto.

Sílvia conta que, na época, pagou R$150 pelo enterro do gato Júnior. “O processo do enterro é bem semelhante ao de um humano. Eles embalam o animal e o coveiro escava a cova na hora. A família também pode organizar uma solenidade religiosa, mas isso tem que ser organizado à parte”, explica Sílvia.

A equipe de reportagem entrou em contato com os responsáveis pelo cemitério para animais Olorum para obter informações sobre os valores atuais do serviço, mas não teve sucesso. Segundo os proprietários, que afirmam que o serviço ainda é prestado, não há interesse em divulgar o espaço.

Cremação - Uma outra opção na hora de dar adeus aos animais é a cremação. Em Salvador e Região Metropolitana o serviço pode ser encontrado na Bye Bye Pet, que fica em Lauro de Freitas e já realizou cerca de 4 mil cremações de bichos como cães, gatos e até mesmo passarinhos.

De acordo com o veterinário Bruno Lopes, responsável pelo centro de cremação, apesar de ser uma prática pouco comum, cremar pode ser considerado um ato de respeito ao companheiro de longa data. Segundo o veterinário, a cremação, que é feita em uma câmara de incineração, também ajuda a combater a proliferação de doenças que podem ser transmitidas aos humanos e para outros animais. “Ao cremar o corpo do animal de estimação, você evita a transmissão de doeças como raiva, psitacose e toxoplasmose, por exemplo”, explica.

Porém, para a cremação, o dono tem que desembolsar, em média, de R$ 200 a R$ 380. “O valor é calculado de acordo com o peso do animal, e do tipo da cremação”, explica o veterinário. Além da cremação, o local também oferece o serviço de congelamento do corpo do animal, dessa forma, o cliente pode escolher pela cremação agendada ou usar o serviço caso haja necessidade de uma autópsia no corpo do animal.

Preço - Porém, a falta de dinheiro, na maioria das vezes, impede que o animal tenha um final digno e se evite o risco de transmitir doenças para pessoas e outros animais. Como solução barata para o problema de não saber onde deixar o animalzinho morto, muitas pessoas enterram os restos mortais em quintais ou terrenos abandonados, poluindo o solo e até mesmo o lençol freático.

Segundo o veterinário Bruno Almeida, a legislação federal afirma que o destino correto das carcaças de animais são tratamentos técnicos e a incineração. Mas, como o procedimento não é encontrado com facilidade, uma boa opção é doar o corpo do animal para o Hospital Veterinário da Univesidade Federal da Bahia. Lá, os restos mortais do bichinho ajudam os futuros veterinários nas aulas práticas e até mesmo a encontrar a cura de doenças.

De acordo com o diretor do hospital veterinário, Carlos Humberto Almeida, a unidade recebe as doações a depender da necessidade dos professores que ensinam disciplinas práticas aos alunos. Por conta disso, para saber se o local vai aceitar a doação, é preciso ligar antes e informar as causas da morte. “Caso algum professor necessite de um animal com as características informadas para o auxílio de uma aula prática, nós aceitamos a doação”, afirma o diretor.

Ao contrário do que grande parte da população imagina, em caso de morte de animais domésticos, o Centro de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde não é responsável por coletar os cadáveres. De acordo com o sub-coordenador do Centro de Zoonoses, Marcelo Almeida, o CCZ só resgata animais domésticos que tenham suspeita de serem portadores da doença da raiva.

"Se o animal de estimação da pessoa morreu por conta da raiva ou a pessoa não sabe a causa da morte e desconfia que seja raiva, ela pode ligar para o Centro de Zoonoses e solicitar o recolhimento", afirma Marcelo.

Ainda segundo ele, animais que contraem a doença preferem ficar no escuro, se incomodam com a claridade e param de beber água. "Nesses casos, o cidadão pode contactar o CZ que nós buscamos o cadáver, que é encaminhado para uma empresa terceirizada que realiza a incineração".

Animais de rua - A situação piora quando se trata de um animal de rua, que não tem nenhum responsável para garantir a destinação do cadáver. Estima-se que 60 mil animais estejam abandonados nas ruas da cidade. Por lei, o ato de abandonar animais configura maus-tratos e está sob penalidade, de acordo com o Art. 32 da Lei de Crimes Ambientais - Lei Federal nº 9.605 de 1998.

Em caso de morte, caso algum cidadão não se responsabilize pelo animal, na maioria das vezes, o corpo fica exposto na rua ou até mesmo é descartado como lixo comum, como o caso de um vira-lata que morreu atropelado na Av. São Rafael na última quinta-feira, 19.

O corpo de um cachorro, que foi abandonado dentro de um saco de lixo chamou a atenção de quem passava pelo local. De acordo com um funcionário de um petshop, que fica na mesma avenida, o animal foi deixado ao lado da pilha de lixo por funcionários do estabelecimento, após ser atropelado e morto.

Após 18h, o corpo do animal permanecia na calçada. Segundo Danilo Oliveira, os funcionários pretendiam que o corpo fosse levado pelos lixeiros, o que não aconteceu. "A coleta de lixo passou e se recusou a levar o animal", afirma. O corpo do animal só foi retirado do local cerca de 24h depois, por um caminhão de coleta de lixo da Limpurb.

Através de nota, a Limpurb informou que, no caso do corpo do vira-lata abandonado em um saco de lixo na Av. São Rafael, o recolhimento não pode ser feito pelo caminhão compactador, que faz a coleta diária de lixo, pois o equipamento não se destina a este serviço.

Segundo o orgão, um caminhão caçamba, no caso dos animais de pequeno porte ou um guincho, no caso de cavalos ou animais maiores, recolhem esses corpos, que são enterrados, juntamente com outros tipos de lixo, no aterro sanitário. Porém, a população precisa solicitar a remoção do animal de rua através dos contatos da Limpurb.

De acordo com o sub-coordenador do Centro de Zoonoses, Marcelo Almeida, apesar de, na maioria das vezes, o CCZ ser o responsável pelo recolhimento desses animais que morrem em via pública, a função é da Limpurb. “A obrigação de recolher os cadáveres não é do Centro, mas nós pegamos para estudar e analisar os animais com o vírus da raiva. Grande parte dos animais que morrem em vias públicas estão contaminados pelo vírus”, explica.

Ainda segundo Marcelo, a população pode solicitar a retirada dos corpos de animais por telefone. "O cidadão liga e os agentes do CCZ vão até o local e recolhem o animal, de pequeno ou grande porte". O mesmo serviço também é feito pela Limpurb, que recolhe os animais também de pequeno ou grande porte que não têm dono e estão em via pública.

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