SALVADOR
Boemia belga invade o Pelourinho
Por Priscila Machado

Um ponto vermelho chamava a atenção de quem passava pela praça Anchieta, na manhã deste domingo, 29, no Centro Histórico. Eram os belgas, que, em grupo de dez pessoas, degustavam a boa e familiar cerveja, sentados na mesa de um bar. "Estamos bem servidos em Salvador", disse Thierry Geers, 45 anos.
É claro que o bar Shone Reise do Pelourinho não tinha à disposição os mais de mil tipos de cerveja produzidos no país europeu, nem o cuidado com o acompanhamento dos pratos do menu. Ainda sim, o empresário belga, disse se sentir em casa.
"A paisagem é parecida com a nossa, o clima ameno se assemelha ao nosso no verão e as pessoas são muito amigáveis", disse Thierry. Vestido com uma camisa do Diabo Vermelho (uma referência à seleção belga), Thierry estava confiante com o placar. "Vai ser 2x0 e vamos fazer uma grande festa no Pelourinho", apostou.
"E se perder?", foi perguntado a ele. "Aí, vamos beber para afogar as mágoas, mas não vamos abandonar a cevada", respondeu. O consultor Werner Niessen, 52, estava tão esperançoso com a seleção belga que arriscou: "a Bélgica é o melhor time do campeonato e vai levar o título este ano".
Werner desembarcou neste domingo, às 9h, e disse estar entusiasmado com a estadia na capital baiana. "Eu adoro a cidade, não quero perder um dia no hotel. É uma pena que o tempo não favoreça o banho de mar", lamentou.
Americanos com fé
Quem também gostou muito da cidade foi o americano Patrick Berge, 25, tanto que estava vestido com a camisa da seleção brasileira. "Ainda não havia conhecido um lugar tão alegre", contou. Patrick disse acreditar que os Estados Unidos cravem 2x0 na Bélgica, mas não acha que o time permaneça até a disputa final.
Os americanos Brittan Dunn, 38, e Wilson Milord, 40, também mantinham os pés no chão, mas, assim como Patrick, apostaram na vitória dos Estados Unidos.
Vestido com uma blusa da Alemanha e um chapéu dos Estados Unidos, Wilson até sugeriu um placar de 2x1 para os Estados Unidos, mas acredita que a Alemanha (que venceu o time ianque na primeira fase do torneio) será a vencedora da Copa. "Eles têm uma equipe muito boa".
Dotado de experiência técnica, Milord, que é treinador de um time de futebol em Nova Iorque, disse esperar que daqui a uns 15 anos a seleção americana seja campeã. "Acredito que daqui até lá o país invista melhor no esporte", disse.
Entusiasmada com o jogo, a soteropolitana Milena Dias, 28, pretende torcer pelos Estados Unidos, ao lado do marido, o americano Adam Harris. Ele a conheceu há dois anos quando visitou o país, no Carnaval. Agora voltaram juntos ao Brasil para assistir à partida. "Eu e minha família vamos juntos à Fonte Nova. Todos caracterizados", contou Milena.
Já o estudante Alexandre Souza, 21, vai torcer pela Bélgica, por acreditar que o time tenha melhor qualidade técnica. Entretanto, disse não ter nenhuma familiaridade com os belgas. "Acho que vai ter muito mais gente torcendo para os Estados Unidos na arena, por causa da familiaridade", opinou.
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