SALVADOR
Cremado corpo do fundador do Chez Bernard
Por Mary Weinstein, do A Tarde
Leia também:
>> Fundador do restaurante Chez Bernard morre em Salvador aos 74 anos
O corpo do chef de cozinha Bernard Goethals, fundador do restaurante Chez Bernard, na Gamboa, foi cremado nesta quarta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade. Ele morreu na terça em decorrência de um câncer de intestino. Familiares, amigos e antigos frequentadores do seu restaurante estiveram presentes.
Nascido na França, o chef ficou famoso aqui pelo ambiente e pela comida francesa que oferecia em uma casa de frente para o mar sobre a Avenida Contorno. Bernard deixou a esposa Zenaide e os filhos Christian e Karla. Todos estavam muito emocionados durante o velório. Christian disse que o pai era muito divertido, muito querido. Que a cozinha de sua casa era um espaço especial onde tanto o pai como sua mãe cozinhavam para a família toda, que é numerosa e unida. Ele acabou aprendendo a cozinhar naturalmente por causa do ambiente da família.
o artista plástico Tripoli Gaudenzi destacou a influência do chef na diversificação dos restaurantes em Salvador. “Conheço Bernard desde longa data, há uns 48 anos. Ele chegou em 1958. Era formado pela Escola de Chefs. Uma figura maravilhosa, comunicativa. Ele fez comida lá em casa várias vezes. Uma delícia. A Bahia se iniciou na culinária francesa com ele. Tinha o Chez Bouillon, também, na Ladeira da Barra, que era mais suíço. Bernard conseguiu tirar o baiano da feijoada, do cozido e do churrasco”, afirmou.
O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia Álvaro Lemos disse que trabalharam juntos no Bernard Deux. “Eu pude conhecer uma figura humana que também era exemplar como profissional. Era generoso, correto, digno, uma figura rara”, afirmou Lemos.
O arquiteto Antonio Pithon que projetou seu restaurante no Rio Vermelho destacou que Bernard era um francês que se adaptou bem à Bahia. “Sempre ia ao seu restaurante e era muito bem acolhido”, lembrou.
O exportador Rogério Joaquim de Carvalho acrescentou que Bernard chegou à Bahia aos 21 anos e que depois de ter tomado um empréstimo com juros exorbitantes - para o restaurante do Rio Vermelho - passou a comercializar molhos em São Paulo e a dar aulas de gastronomia. “Zenaide a mulher dele é de muita fibra, também. A Bahia podia ter colocado ele em lugar de destaque. Acho que ele atendeu à cozinha do Palácio de Ondina, se não me engano”, afirmou.
"Minha amizade com Bernard era do Porto da Barra, embora eu também frequentasse o restaurante dele. Todo dia ele tinha uma conversa divertida e agradável. E tinha uma verdadeira confraria que o recebia muito bem“, disse o escritor Nivaldo Lariú.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes