Dor de conviver com a ausência dos filhos

Nos últimos sete anos, a acompanhante de idosos, Girlaine Muniz vive como se faltasse um pedaço da própria alma, desde que a filha desapareceu misteriosamente, no dia 25 de julho de 2001, dois dias antes do nono aniversário. Naquele dia, Josiane Muniz de Jesus saiu de casa por volta das 8h30 para ir ao reforço escolar, duas casas depois da sua. A menina deveria retornar às 12h30, mas não voltou. A mãe, preocupada, foi ao reforço escolar da garota, mas soube que ela não esteve no local. Moradores da região disseram ter visto Josiane pela redondeza, mas ninguém soube informar o que aconteceu com ela.

O sumiço da filha tirou a confiança de Girlaine na vida e nas pessoas. Ela diz que não quer mais ter filhos – Josiane era filha única -, pois não confia em deixar a criança com ninguém. Apesar da dor da ausência, a mãe guarda a esperança de reencontrar “Ane”, como chama a filha.

Essa mesma esperança mantém unida a família de Jaqueline Santana Nascimento, seis anos, que desapareceu no dia 3 de maio de 2000, em Porto Seguro. Jaqueline morava com os avós e tias e viajou para Porto Seguro com o avô, Antônio Santana, para visitar a mãe Tatiana, que morava lá. Uma hora depois foi seqüestrada.

Ao chegar à casa da mãe, Jaqueline foi convidada por uma vizinha para ir a uma mercearia, junto com os dois enteados da mulher. A vizinha e as duas crianças voltaram sozinhas para casa e Jaqueline desapareceu. De acordo com parentes da menina, a vizinha disse que Jaqueline correu na frente. Uma testemunha contou ter visto a garota chorando e sendo levada por um homem. Na época, acontecia uma festa no município, com a presença de turistas brasileiros e estrangeiros. A tia de Jaqueline, Márcia Santana revela que a mãe da garota não quer mais ter filhos e não se conforma com o sumiço da criança.