TEMPO FRIO
Efeitos da frente fria mudam a rotina do soteropolitano
Ao longo da semana, termômetros chegaram a 19,1°, temperatura mais baixa do ano
Por Antônio Dilson Neto*

A frente fria que esteve sobre Salvador durante a semana derrubou as temperaturas, com os termômetros chegando a registrar 19,1º, número mais baixo do ano. A mudança de tempo também implicou em uma mudança de rotina dos soteropolitanos, para fugir dos ventos fortes, das chuvas e dos ventos que foram presença constante. Para os próximos dias, a previsão é de menos chuva e temperaturas um pouco mais altas, mas ainda com muitas nuvens.
Os soteropolitanos, desacostumados com o frio, resgataram os casacos e guarda-chuvas e inundaram as redes sociais com memes, brincando com o frio ‘glacial’ que invadiu a cidade. “Um frio desses é desumano com o soteropolitano”, brincou uma internauta, comentando em uma montagem do Pelourinho sob uma nevasca. “Um gelo. Até desci a ladeira da Barra esquiando”, escreveu outro.
Quem chegou recentemente em Salvador também estranhou bastante o tempo frio e chuvoso. É o caso de Ohana Boy Oliveira, professora que se mudou para a capital há menos de um mês. “Já vim a Salvador outras vezes nesse período de fim de agosto e início de setembro. E estou muito surpresa com 25°C sendo a máxima. Estou achando parecido com o Rio [de Janeiro], de onde vim”.
Esperança
A professora espera que o tempo volte logo ao ‘normal’. “Estou torcendo para abrir o sol. Porque a imagem que a gente tem de Salvador com dias ensolarados e praia está sendo muito atrapalhada por essa frente fria. Tudo nublado, muito cinza, não é legal. Acho que perde parte da identidade tão solar”, afirma.
“Tive que usar um casaco que estava guardado no meu guarda-roupa há três anos porque o frio estava impressionante. Esse tempo dá aquela preguiça matinal, não querer sair da cama. Parece que a minha produtividade cai muito e, vez ou outra, utilizo o frio como desculpa para não fazer alguma coisa”, conta José Ivan Neto, estudante de jornalismo. “Tem um lado positivo: a gente que está na rua não sua tanto e o ônibus fica um pouco mais confortável, porque não está aquele calor insuportável”, afirma.
A dona de casa Sílvia Sousa relata que, para quem tem filhos pequenos, a mudança de tempo pode representar alguns transtornos. “A primeira coisa que fazemos é fechar tudo. E os vírus respiratórios circulam muito mais em ambiente fechado. Quem tem criança em fase escolar sempre vai ter um problema, uma doença para tratar. Tenho uma filha de três anos que precisou ficar essa semana inteira em casa tratando um quadro alérgico que não sara muito fácil porque o tempo está mudando o tempo todo”.
Oportunidades
O transtorno de alguns é a oportunidade de outros. Para quem trabalha no comércio ambulante, a temporada das chuvas representa um acréscimo na renda, com venda de capas de chuva, guarda-chuvas e protetores de celular.
Uenderson Oliveira, ambulante que trabalha na Piedade, conta que varia os produtos que vende conforme a estação. “Os produtos vão mudando, o importante é ganhar dinheiro. Quando começa a época das chuvas, coloco as sombrinhas, os guarda-chuvas e tem boa saída”, conta.
O vendedor registra que sempre tem alguém que saiu sem guarda-chuvas, que é pego desprevenido e precisa comprar. “Com esse tempo de Salvador, que uma hora tá sol e na outra chove, é certo ter gente que saiu de casa sem guarda-chuva. Na hora, para não se molhar, precisa comprar. Não pode ficar molhado”, brinca. Para Uenderson, a semana de chuvas foi uma ótima oportunidade de aumentar o lucro das vendas.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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