SALVADOR
Escolas têm aulas suspensas em Salvador devido às chuvas
Por Amélia Vieira, Flávio Costa e Valmar Hupsel Filho, do A TARDE
Nas mãos, em vez de lápis, sombrinhas. Assim têm sido as aulas na Escola Estadual Bolívar Santana, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em dias de chuva. Nesta segunda-feira, 18, não foi diferente. O dia letivo também foi prejudicado pelo mau tempo em outros estabelecimentos de ensino da cidade, como na Escola Osvaldo Cruz (Rio Vermelho) e Escola Nossa Senhora de Fátima (Alto das Pombas), ambas municipais. Nem mesmo a rede particular ficou ilesa. Uma queda de energia elétrica obrigou a direção do Colégio São Paulo, no bairro do Itaigara, a suspender as aulas.
Assim como algumas escolas da rede pública estadual, o prédio da Secretaria Estadual de Educação (SEC) teve a rotina abalada nesta segunda. O expediente foi suspenso a partir do meio-dia por causa das chuvas. O subsolo ficou alagado e houve uma pane geral que atingiu o sistema de telefonia, cortou a energia elétrica e acesso à internet.
Na Escola Estadual Bolívar Santana, o problema advindo das chuvas é crônico, pois, segundo a diretora, Edilene Sena, ocorre há cinco anos. Desde então, com a falta de manutenção, as pingueiras se transformaram em grandes buracos dos quais mina água de forma abundante.
A água brota também das paredes de material pré-moldado. No chão das salas, ficam as poças. “É sempre assim. A escola é de verão”, reclama a estudante do primeiro ano do curso técnico de informática, Suelen Carvalho.
Os dez computadores novos do laboratório correm risco, pois a sala onde ficam estava com o piso encharcado na manhã desta segunda. O mesmo ocorre com as TVs pendrive, fruto de um investimento milionário na educação baiana. “A fiação está exposta. Há um risco de descarga elétrica. Não temos infraestrutura para dar aula”, desabafa a professora de matemática Tânia Cardoso. A escola tem 1,7 mil alunos.
A diretora da escola, Edilene Sena, revela que enviou vários ofícios à Secretaria Estadual de Educação (SEC) solicitando serviços de manutenção. “Precisamos de um novo telhado. Ligo todos os dias para cobrar, porque a situação está piorando”.
No Rio Vermelho, os 539 alunos da Escola Municipal Osvaldo Cruz foram transferidos e estão, tendo aulas em salas da Igreja de Santana. “Graças a Deus, o padre Ângelo nos cedeu espaço para que as crianças não tenham prejuízo pedagógico ficando sem aulas”, agradece a diretora Ana Carla Pereira.
Ela conta que a Coordenação de Defesa Civil de Salvador (Codesal) condenou o prédio onde funcionava a escola. Construído em material pré-moldado, o edifício não resistiu à falta de manutenção. “Desde 1998 lutamos pela reconstrução da escola”, diz a diretora.
A falta de infraestrutura também atrapalha as aulas na Escola Nossa Senhora de Fátima, no Alto das Pombas. “Quando chove, a gente evita dar o intervalo e libera os meninos mais cedo”, informa uma funcionária da limpeza, que não quis se identificar. Em dias de chuva, a água invade corredores e escadas, oferecendo risco para alunos da educação infantil. “À noite, damos aulas para idosos, e é um perigo para eles também”, revela a mesma funcionária.
Sem aula – Parte do bairro do Itaigara ficou sem energia elétrica na manhã desta segunda por conta das chuvas. Isso fez com que um dos mais tradicionais colégios particulares de Salvador, o São Paulo, suspendesse as aulas. Os telefones do colégio também ficaram sem funcionar. Cerca de 800 alunos voltaram para casa. Apenas os 200 estudantes do 3º ano continuaram no colégio.
“A Coelba não tinha dado certeza sobre quando o restabelecimento (da energia) se daria. Decidimos, por bem, aproveitar que os pais ainda estavam nas proximidades da escola para suspender as aulas. Amanhã (terça-feira) os estudantes podem retornar normalmente”, informa o diretor da instituição, Enoch Sousa Júnior.
De acordo com a assessoria de imprensa da Coelba, por conta das chuvas e do vento, uma amendoeira e um coqueiro tocaram na fiação elétrica, causando uma pane na região do Itaigara. O abastecimento de energia no bairro voltou à normalidade antes do final da manhã desta segunda.
Em casa – Por conta dos seguidos dias de chuva, quem podia optar por ficar em casa tomou, nesta segunda, essa decisão. Isso ajudou para que o trânsito da cidade não ficasse ainda mais caótico. Muitos pais optaram por não deixar os filhos irem à aula, como revelaram motoristas de transporte escolar ouvidos por
A TARDE. “Alguns clientes meus resolveram deixar os filhos em casa. Só assim consegui não me atrasar hoje (segunda) para levar os outros alunos que foram à escola”, revela Afonso Braga, que há dez anos trabalha na área.
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