SALVADOR
Especialistas relatam crimes cibernéticos
Estelionato virtual e sequestro de dados são os delitos mais comuns
Por Maurício Viana*
Os crimes nos ambientes digitais estão cada vez mais complexos e frequentes, de acordo com os especialistas. Os ataques de malwares (programas maliciosos), os códigos maliciosos, os estelionatos virtuais e a prática de ransomware (sequestro de dados), infiltrados em e-mails e dispositivos celulares estão mais comuns e é necessária maior atenção para não cair em golpes.
Segundo as informações levantadas pela Redbelt Security, empresa de consultoria especializada em segurança da informação, no mês de agosto, entre os diversos crimes cibernéticos no país, os ataques provenientes da engenharia social, com mecanismos da psicologia para persuadir os usuários do meio digital a entregar seus dados, estão chamando a atenção. Dessa forma, a vítima termina acessando página falsa ou enviando dados e credenciais, inclusive bancárias, para os cibercriminosos.
Na Bahia, o delegado Charles Leão da Delegacia de Repressão ao Estelionato e Outras Fraudes (Dreof) relata um aumento no número de estelionatos virtuais desde a pandemia, inclusive, com a criação da transferência bancária instantânea e digital PIX.
“O esqueleto do estelionato é o mesmo, utilizando a abordagem em aplicativos de mensagens e solicitando a pessoas próximas e familiares ajuda financeira, empréstimo e pagamentos, que confiam exclusivamente numa fotografia. Recentemente, atendi um pai que caiu no golpe comum de um familiar avisando que trocou de número, pedindo para salvar o novo contato e pagar um boleto urgente”.
A advogada especialista em crimes cibernéticos e presidente da Comissão Permanente de Tecnologia e Informação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Tamíride Monteiro, explica a dificuldade em levantar dados de crimes cibernéticos por estados, inclusive pela ausência de denúncias. “As pessoas têm acesso aos dados das outras para cometer crimes virtuais, como mandar links maliciosos e ransomwares, por diversos meios que capturam os dados vazados. É o maior comércio que existe na era atual. Os criminosos compram os dados ou pegam em fontes abertas da deep web para se passar por familiares ou bancos. Nas empresas, é a mesma coisa, sequestrando e devolvendo os dados integralmente, parcialmente ou as cópias mediante o pagamento”.
Os de maior incidência são também os de discurso de ódio, pedofilia e as invasões de dispositivos informáticos, além de muito comum os crimes com perfis falsos em plataformas de relacionamento para aplicar o estelionato.
Segundo dados da Fortnet, a advogada pontua que de 2022 para 2023 houve um aumento de cerca de 94% e, no ano passado, 31,5 bilhões de tentativas registradas do crime do sequestro de dados. “O Brasil está no topo de locais com mais crimes cibernéticos pela falta de educação digital, porque tudo clicamos, e de investimento em segurança da informação pelas empresas”.
O delegado destaca a importância de ficar atento e denunciar. As pessoas devem buscar por “Delegacia Digital Bahia”, realizar a ocorrência no site da Polícia Civil e recebê-la via e-mail. Além disso, as vítimas podem informar o número do protocolo no aplicativo ou ligando para o seu banco para fazer a contestação.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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