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SALVADOR

Estudante carente cobra mais benefícios da Ufba

Por JORNAL A TARDE

28/03/2006 - 0:00 h

A ampliação de vagas para residentes é uma das principais reivindicações



RODRIGO VILAS BÔAS




Apitos, faixas, cartazes e passeata pelas ruas do Canela. Insatisfeitos com a quantidade de Bolsas Moradia-Alimentação oferecidas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) para residentes na capital, cerca de 50 estudantes fizeram, na manhã de ontem, uma manifestação no bairro, com concentração em frente à Reitoria. À tarde, eles se reuniram com o reitor Naomar Almeida, que assinou um termo que garante o cumprimento de algumas reivindicações.



O protesto aconteceu três dias depois de a Ufba divulgar a lista com o nome dos novos contemplados com a bolsa e de pelo menos 25 estudantes ocuparem o antigo prédio da Faculdade de Farmácia da instituição, sob o pretexto de que o imóvel está abandonado e pode servir como residência para outros universitários.



Além da ampliação do número de Bolsas Moradia-Alimentação, os estudantes querem a convocação do Conselho Universitário (Consuni) para tratar de assuntos como a assistência estudantil prestada pela Ufba e a ativação do Conselho Social de Vida Universitária (CSVU).



Para o diretor-geral do DCE da Ufba, Igor Rocha, a assistência estudantil da Ufba deveria englobar também uma Bolsa-Auxílio. “Aqueles que vêm do interior do Estado enfrentam muitas dificuldades para se manter na capital”, destaca, informando que 98% das vagas para residentes são destinadas a estudantes de outros municípios.



Dos 132 candidatos que concorreram a uma vaga, apenas 25 foram convocados na última sexta-feira. Para quem ficou de fora e não tem condições financeiras de se manter na cidade, a exemplo da estudante de letras Maria Joana Guerra, 21 anos, restam praticamente duas alternativas: voltar para casa ou aguardar a abertura, no próximo semestre, das inscrições de vagas para residentes.



Maria Joana pretende tentar mais uma vez uma das vagas, embora não saiba se terá como continuar arcando com despesas até lá. Ela veio há seis meses do município de Ibititá. O pai é falecido e a mãe, que recebe salário mínimo, manda para ela R$ 100 todo mês. “Já comprovei através de documentos que minha família tem pouco dinheiro. Não sei mais como continuarei aqui”, desabafou.



Reitor vai analisar solicitações



O estudante Jardson Carvalho reclama que, ao oferecer poucas vagas para residentes, a Ufba se mostra contrária à própria política de inclusão de cotistas que criou. “Mais estudantes têm acesso à instituição hoje, mas nem todos podem fazer os cursos por falta de moradia”, lamentou ele, que integra o Conselho Social de Vida Universitária.



Apesar de ter garantido a sua estada em uma residência da Ufba, o cotista Sandoval Souza, 25 anos, aluno do 1º semestre do curso de ciências naturais, esperava que mais vagas fossem concedidas aos candidatos ao Bolsa Moradia-Alimentação. “Se eu não tivesse conseguido, não sei o que seria de mim”.



O reitor Naomar Almeida, no final da tarde, legitimou a ocupação do prédio, comprometeu-se em ativar o CSVU para tratar de possíveis irregularidades no processo de concessão de Bolsas Moradia-Alimentação e em finalizar a discussão de um projeto de assistência estudantil já em andamento.



Por enquanto, porém, o número de vagas para residentes continuará o mesmo. “Vamos analisar a solicitação”, justificou Naomar, informando que, este ano, foram destinados R$ 1 milhão à assistência estudantil. A verba teria sido utilizada para a reforma do resturante universitário, das residências e implementação dos programas de bolsas.



Anunciada farmácia-escola



O diretor da Faculdade de Farmácia da Ufba, Mirabeau Levi, anunciou ontem que o antigo prédio da Faculdade de Farmácia da Ufba, no Canela, desativado há oito anos, irá funcionar como uma farmácia-escola. “Conseguimos, coincidentemente, o alvará de funcionamento”, falou ele, embora não tenha dado uma previsão de quando será reativado.



Além de paredes com infiltrações, o que chamou a atenção dos estudantes que ocuparam o prédio é o fato de dezenas de medicamentos, como antibióticos, terem sido encontradas com os prazos de validade vencidos. “Tem até remédio que venceu em 2001”, assinalou um dos ocupantes, o estudante de geografia Anderson Lobo. Para ter acesso ao local, eles entraram por uma janela lateral. Estão dormindo em colchões e guardam seus pertences no chão.



Além da Residência Universitária do Canela, a Ufba possui outros dois imóveis na Vitória que funcionam como morada de estudantes. Ao todo, os prédios comportam 240 estudantes vindos do interior do Estado e até de outras regiões do País. Na opinião dos estudantes, todos estão precisando de reformas, principalmente de reparos nas instalações elétricas e hidráulicas.



Segundo Naomar Almeida, os medicamentos encontrados na Faculdade de Farmácia serão encaminhados à Vigilância Sanitária para o descarte. Quanto ao estado em que se encontra o prédio, ele diz que os recursos não são suficientes para que sejam feitas reformas de grande porte.

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