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SALVADOR

Estudo é questionado em Juazeiro e Petrolina

Por JORNAL A TARDE

01/02/2006 - 0:00 h

CRISTINA LAURA



JUAZEIRO (DA SUCURSAL NORTE) –
O resultado do estudo desenvolvido pelo Ipea levantou debates nos municípios vizinhos de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O assunto teve grande repercussão, movimentou as conversas e não agradou às polícias, que contestam o período de realização da pesquisa – 1980 a 2002, como base para os indicativos.



De acordo com o delegado regional de Juazeiro, Bernardino Brito, o estudo do Ipea avalia o crescimento da violência considerando o número de homicídios sem levar em conta que esse é um tipo de crime que não pode ter medidas preventivas adotadas.



“Não podemos prever o assassinato, mas trabalhamos no sentido de diminuir as mortes em nossa região”, assegura. O delegado mostrou um levantamento feito entre 2000 e 2005 no qual o ano de 2001 aparece como o pior em número de assassinatos, com 187 casos. Brito afirma que, em 2005, registraram-se 102 homicídios e que a estatística mudou muito nesses últimos cinco anos, revelando queda.



Segundo Bernardino, muitas das causas da violência na região estão associadas à crescente população flutuante, composta, em sua maioria, por pessoas que vêm de outros Estados de quase todas as regiões brasileiras atraídas por uma imagem de cidades que crescem pela fruticultura, com grandes oportunidades de emprego.



“Não podemos generalizar, mas, pelos registros na delegacia, os envolvidos em grande parte dos crimes vieram para cá com delitos cometidos em suas cidades de origem, já tiveram passagem pela polícia e os problemas acabam se resolvendo aqui mesmo, o que acaba reforçando as estatísticas em Petrolina e Juazeiro”, esclarece.



Drogas – O tráfico de drogas também é citado pelo delegado como uma das causas de homicídios. No ano passado, a Operação Alcatraz, da Polícia Federal de Juazeiro em conjunto com o Ministério Público, Poder Judiciário e a Polícia Militar, prendeu mais de 20 pessoas envolvidas com tráfico de drogas, inclusive uma estudante de direito de 24 anos, acusada de comandar a quadrilha.



“O homicídio é a conseqüência de todos os outros crimes e deve ser combatido não só pela polícia como pela sociedade. Temos a necessidade emergencial de políticas socioeducativas receptivas aos imigrantes e à comunidade local, numa interação social na luta contra o crime, através do poder público”, avalia Bernardino.



O juiz da Vara Crime de Juazeiro, Moacir Pitta Lima Filho, faz um comparativo em relação ao número de júris realizados naquele município. De 1984 a 2002, foram realizados 54; e de 2002 até hoje, já foram concluídos 80. “O estudo do Ipea divulgado essa semana fez uma evolução de mais de 20 anos, mas é importante dizer que hoje existe, de fato, uma redução da violência”, afirma o juiz.



Na vizinha Petrolina, em Pernambuco, a situação de violência não difere muito, apesar de estar mais próxima dos municípios de Floresta e Cabrobó, citadas no estudo do Ipea como “epicentro” do crescimento da violência por fazerem parte do “polígono da maconha”.



Empregos – A dificuldade econômica acaba provocando o êxodo para Petrolina, que é vista como uma cidade grande e com muitos empregos. Essa observação quem faz é o delegado regional de Petrolina, Luiz Bezerra da Silva. “A ilusão de um bom emprego atrai muita gente que chega sem capacitação e encara uma cidade com alto custo de vida.



Muitos já vêm com seus destinos comprometidos através de ações ilegais e acabam morrendo aqui, como morreriam em qualquer outro lugar”, assegura Bezerra.



Em Petrolina, com população estimada pelo IBGE em 253.686 habitantes, cerca de 50 mil a mais que Juazeiro, a Polícia Civil dispõe de apenas 56 agentes e quatro delegados para cobrir quatro municípios (Petrolina, Afrânio, Dormentes e Lagoa Grande).



Para Luiz Bezerra, apesar de existir uma interação com todas as polícias e a segurança municipal, seria preciso mais uma delegacia e maior entrosamento com a sociedade.

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