Ex-militar vai a júri popular

O ex-militar Rui Silva Rodrigues, 35 anos, pastor evangélico que cumpre pena na Penitenciária Lemos Brito (PLB), deverá ser levado a júri este mês, no caso da morte do advogado Sílvio Pedra Cruz, ocorrida em outubro de 2000, no bairro da Graça. Rodrigues está há um ano e dez meses na PLB, por causa da pena de sete anos e meio, por assalto à rede Schincariol.

Acompanhado do advogado Mouzar Santos, na administração da PLB, o ex-PM falou sobre a atual situação, após ter sido citado por A TARDE, em matéria sobre investigações do Ministério Público (MP) a supostas condutas ilegais de presos da PLB. Rodrigues negou ter assumido a serraria que fica na PLB e foi de Mário César Pereira, conhecido como MC Pereira. Ele era líder do pavilhão 5, saiu em liberdade condicional e foi morto em 31 de agosto de 2006. “Não tenho vínculo com a serraria. Aqui vendo sorvete, tenho dois freezers, autorizado pela direção”, garantiu Rodrigues.

Sobre sua suposta saída do complexo, no dia em que MC foi morto, afirmou que saiu quatro ou cinco vezes em 2006. “Com autorização judicial, retornando no horário exigido pelo juiz, nenhuma no dia 31 de agosto”, disse, mostrando sua pasta na unidade. As saídas, continua, foram para pregação na Igreja Pentecostal Exército de Cristo, na Estrada das Barreiras. “Também preguei no Caminho das Árvores”.

Rodrigues é pastor. “Tenho uma igreja no pavilhão quatro, que funciona em duas celas, com uma obra de ação social e ressocialização de presos, na qual mais de 300 almas se converteram ao cristianismo”, declarou. Como preso ‘farda azul’ (interno que fica o dia fora do pavilhão), Rodrigues disse que fez outros trabalhos: “Na Penalty, na Segurança e após as denúncias (das casas ilegais), fui recolhido para o pavilhão”.

Mouzar disse que solicitou, por escrito, ao MP, que aprofundasse as investigações sobre a morte de MC Pereira, “o antigo dono da serraria, pois nos sentimos incomodados com a insinuação de que Rui tem algo a ver com o crime”.