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SALVADOR

Festa de São Lázaro reúne católicos e adeptos do candomblé

Por Luan Santos

27/01/2013 - 15:08 h
Festa de São Lázaro
Festa de São Lázaro -

Fiéis e devotos lotaram neste domingo, 27, a Paróquia da Ressurreição, no Alto da Federação, para participar da festa de São Lázaro, santo católico protetor contra as doenças contagiosas. No candomblé, São Lázaro é sincretizado como o orixá Omolu, divindade invocada para resolver questões de saúde, principalmente as doenças epidêmicas.

Com alvorada de fogos, missas, lavagem das escadarias da paróquia e procissão, adeptos de ambas as religiões prestaram homenagens ao santo. A festa, que reúne os dois credos, acontece normalmente no último domingo do mês de janeiro.

Participante da festa há 60 anos, o aposentado José Conceição de Almeida, 80 anos, contou que é devoto desde que se mudou para o bairro de São Lázaro, há 61 anos. "Tenho muito a agradecer a São Lázaro. Devo a ele minha vida, minha família e minha saúde. Ele é um exemplo de vida e superação para todos nós", confessou.

Há sete anos, segundo afirma, sua fé e devoção foram colocadas à prova: "Tive problemas cardíacos e, para continuar vivo, precisei fazer duas pontes de safena no coração. Apesar das dificuldades, nunca deixei minha fé de lado. Graças a São Lázaro, eu estou aqui hoje, com saúde para dar e vender", recordou seu José, que é o coordenador da festa.

Logo cedo, por volta das 5h30, uma alvorada de fogos iniciou as festividades ao santo, seguida pela cerimônia de reza do terço. Durante todo o dia, foram realizadas quatro missas, às 7, 9, 11 e 15 horas. Pela tarde, fieis participam de uma procissão, em que a imagem do santo foi carregada até a Praça do Campo Santo, na Federação.

Além disso, a lavagem das escadarias da igreja, as velas acesas e o banho de pipoca marcaram a participação dos adeptos do candomblé na celebração ao orixá Omolu. Como já é tradicional nas festas populares de Salvador, o profano mistura-se ao religioso com a presença de barracas, com comidas típicas e bebidas.

Devoção - A costureira Vera Lúcia Alain, 54 anos, virou devota do santo há 17 anos, quando uma amiga teve um grave problema de saúde. "Eu prometi que, se ela se recuperasse, viria todos os anos dar banho de flor na porta da Igreja", disse.

A promessa de Vera Lúcia surtiu efeito e sua amiga se recuperou. "O que a curou foi a nossa fé, pois os médicos já não acreditavam na cura dela. Hoje, o mínimo que posso fazer para agradecer é cumprir minha promessa", finalizou.

Problemas de saúde na família também fizeram com que a Eliene Pereira se tornasse devota de São Lázaro. "Meu irmão teve uma séria doença de pele, mas foi curado, graças a São Lázaro, que ouviu nossas preces e intercedeu por ele junto a Jesus Cristo", declarou.

História - Segundo o pároco da Igreja de São Lázaro, padre Cristóvão Przychocki, o santo é representado como um mendigo cheio de feridas. "Lázaro é um personagem bíblico que correspondia à figura do pobre na parábola entre o rico e o pobre. Era um homem muito pobre e tinha hanseníase, conhecida como lepra", descreveu.

Polonês e morando há sete anos no Brasil, o padre Cristóvão ressaltou que a festa é o momento em que muitos devotos fazem seus votos de agradecimento pelas graças alcançadas.
"Muitas pessoas que sofrem com doenças contagiosas, como a lepra, têm essa identificação com São Lázaro e pedem a interseção dele junto a Jesus para alcançarem a cura", completou o pároco, que há um ano é responsável pela igreja.

Padre Cristóvão relatou ainda que a paróquia foi construída por escravos no século XVI. No início do século XVIII, ao lado da igreja, foi construído um hospital chamado de "Lazareto", nome que vem dos lázaros - pessoas que tinham hanseníase.

No local, funcionava uma pequena vila, com alguns casebres onde se faziam a triagem, acolhimento e quarentena das pessoas com hanseníase, principalmente escravos. O local foi escolhido para abrigar o hospital devido à distância do centro de Salvador.

No início do século XIX, a pequena Vila foi transformada no hospital pela irmandade de São Lázaro, ganhando um prédio, que funcionou regularmente até começo do século XX.

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