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AVALIAÇÃO

Folia do Centro Histórico é pensada para quem prefere uma festa lúdica

Crescimento mobiliza organizadores de blocos, gestores e moradores em busca de redução de impactos

Por Jane Fernandes

01/01/2024 - 5:00 h
No domingo anterior ao início da Folia, os primeiros blocos desfilam pelas ruas de paralelepípedo do bairro
No domingo anterior ao início da Folia, os primeiros blocos desfilam pelas ruas de paralelepípedo do bairro -

Fanfarras, bandas de percussão, grupos culturais, pessoas fantasiadas e atrações em palcos fazem o clima do Carnaval no Centro Histórico. Da Praça Castro Alves ao Santo Antônio Além do Carmo, passando pelas ladeiras do Pelourinho, a folia tem outro tom e nem espera a abertura oficial para começar. No domingo anterior ao início da festa, dia 4, os primeiros blocos desfilam pelas ruas de paralelepípedo, com seus abadás e foliões avulsos.

É o caso do Pão na Chapa, que estreou em 2023 e se prepara para o seu segundo Carnaval no Santo Antônio. O nome dá uma pista da origem do bloco, criado por Anderson Freitas e sua sócia Lia Alcântara como uma iniciativa cultural da padaria que leva o nome do bairro. Animado pelo Toca Tambor, um grupo percussivo com participação de instrumentos de sopro, o bloquinho arrastou cerca de 500 pessoas, estima Anderson, quase 300 delas participantes oficiais, incluindo os 50 músicos.

“O bloco é aberto ao público, nós temos um abadá nosso, mas não é vendido. É um bloco sem cordas que é aberto ao público, para que as famílias do Santo Antônio possam usufruir, possam acompanhar”, conta Anderson, explicando que os abadás são distribuídos para clientes e amigos. Segundo afirma, desde o início eles tiveram a preocupação de trazer uma proposta em sintonia com o ar bucólico do local, que mesmo avançando comercialmente mantém suas características.

No momento da entrega dos abadás e na concentração para saída do bloco, eles passam as orientações para que tudo ocorra sem transtornos. Este ano, a saída será às 16h, então o pequeno trajeto acaba cedo, o que Anderson acredita também ter influenciado na boa receptividade encontrada entre os moradores do bairro. “Recebemos diversos elogios da comunidade e muitas famílias, muitas crianças desfilaram conosco”, reforça.

Embora tenha passado o último Carnaval em viagem de férias, a empreendedora Mariana Fonseca, 32 anos, quando está em Salvador ela não perde a prévia da folia. No último desfile antes da pandemia de covid-19, em 2020, ela curtiu a festa fantasiada de policial e já está pensando na fantasia deste ano, mas faz segredo. “Tinha bastante gente, mas não passei sufoco. Acompanhei vários blocos”, recorda.

O Pão na Chapa ainda não existia em 2020, mas um dos blocos destacados por Mariana é o De Hoje à Oito, famoso a ponto de ter promovido uma ressaca da folia em 2023. Procurado pela reportagem para falar dos planos para este ano, via Instagram, o bloco apontou que ainda estão conversando sobre o carnaval e por isso não dariam entrevista como “ato de cuidado com o bairro e com o bloco”.

Mudanças

As observações feitas recentemente pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para o Carnaval do bairro certamente estão entre os pontos de análise dos que organizam desfiles na região. No mês passado, a promotora Cristina Seixas recomendou que a Prefeitura exija dos organizadores garantias relacionadas ao cumprimento dos horários e trajetos definidos pelo poder público e também dos limites sonoros estabelecidos em lei.

Conforme divulgado pelo MP-BA, o documento estende as recomendações quanto a ruídos a outros eventos no bairro e pede análise do número de pessoas ou agremiações que participam do Carnaval do bairro. A TARDE buscou informações com o Ministério Público, mas devido ao recesso de final de ano, o órgão está atendendo apenas a emergências.

O presidente da Saltur (Empresa Salvador Turismo), Isaac Edington, informou que a folia do bairro está em discussão com os órgãos envolvidos, tanto em relação às recomendações do MP quanto às datas previstas para o pré-carnaval.

O secretário geral do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Jairo da Mata, lembra que o Santo Antônio não integra nenhum circuito oficial e considera melhor que seja mantido como circuito comunitário. “Esperamos que haja uma discussão, mas que também não engesse, não transforme em um carnaval engessado, a ponto de colocar regras muito pré-estabelecidas, como ocorre nos círculos oficiais, para não perdermos a identidade espontânea”, pondera.

Da Mata percebe que houve um crescimento intenso do Carnaval do Santo Antônio nos últimos anos, motivando as preocupações que chegaram ao MP-BA, e defende que a comunidade possa debater o tema com os demais interessados. A formulação de um modelo festivo com menor impacto aos moradores é o que busca a arquiteta e urbanista Carolina Zanetti, residente do bairro há dois anos.

Carolina e Milena Palácios, moradora do Santo Antônio há 34 anos, estão articulando a criação de uma nova associação de moradores, e são enfáticas ao reafirmar não serem contra o Carnaval na região, contanto que ocorra um ordenamento, um controle de horários e do barulho, principalmente. “Os blocos que são tradicionais do bairro são da vida toda, então também faz parte do brilho do bairro essa vida um pouco boêmia”, comenta Carolina.

Entre os problemas enfrentados desde que a folia local passou a atrair muita gente, Milena destaca a grande quantidade de embalagens de vidro descartadas nas ruas, embora a venda seja proibida na região, e o uso das portas das casas como mictório. Elas acrescentam que o bairro tem ampla população idosa e já houve casos de moradores terem algum problema de saúde e não terem como sair de casa para buscar atendimento médico.

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