Hospital Manoel Vitorino encerra serviço de partos

O Hospital Manoel Vitorino, localizado em Nazaré, encerra nesta segunda os atendimentos em obstetrícia e pré-natal, que passarão a ser realizados na Maternidade Tsylla Balbino, situada na Baixa de Quintas. Os 32 leitos utilizados para atender essa especialidade no HMV serão transferidos para a maternidade, que também vai receber a equipe de 17 profissionais, entre obstetras, enfermeiros, assistentes sociais e técnicos.

As mudanças no Manoel Vitorino devem-se à reorganização dos serviços oferecidos pela rede de saúde do Estado, que pretende criar mais unidades de referência em especialidades médicas. O diretor do hospital, Paulo Bicalho, esclarece que o Manoel Vitorino está mudando o perfil de hospital geral, para o de uma unidade especializada em orto-neuro-trauma. O atual centro de obstetrícia será transformado em uma Unidade de Terapia Intensiva de ortopedia.

Ao todo, serão 100 leitos para atendimento na especialidade médica. “Com a criação de um centro de referência em ortopedia, cirurgias de alta complexidade, como cirurgia de mãos e de ombro, poderão ser realizadas pelo SUS na capital, serviços que não são atendidos. Hospitais que hoje não conseguem dar vazão a todos os procedimentos cirúrgicos pela alta demanda, como o Roberto Santos e o Hospital Geral do Estado, poderão mandar os pacientes para cá, agilizando o atendimento“, explicou Bicalho.

Sem perdas - A população não perde em número de leitos, garante Bicalho, já que o centro de obstetrícia será transferido para a Maternidade Tsylla Balbino, que também passa por processo de revitalização. A partir desta segunda, a maternidade vai oferecer 121 leitos: seus 89 leitos atuais, somados aos 32 transferidos do Manoel Vitorino. Atualmente, a maternidade realiza uma média de 1.200 atendimentos, entre partos, cirurgias ginecológicas, pré-natal, planejamento familiar, acompanhamento a gestantes de risco e tratamento de mioma e endometriose, entre outros. “Com a vinda da nova equipe de profissionais e os leitos do HMV, a unidade poderá garantir às mulheres aqui atendidas o procedimento cirúrgico, geralmente indicado no tratamento de miomas e endometriose“, comemorou a diretora da maternidade, Maria José Souza. Ali já é oferecido programa de medicação de alto custo para endometriose e miomas.

Humanização - Desde o final de 2006, a maternidade mantém um EPA - Espaço de Parto Alternativo, que é parte de uma política de assistência humanizada ao parto. Nesse espaço, a parturiente pode contar com a presença de um acompanhante antes e logo após o parto. “Por enquanto, apenas mulheres podem acompanhar o parto. Mas já estamos providenciando estrutura para que o companheiro possa participar desse momento, que é um evento social e familiar“, ressaltou Maria José. Além de poder contar com o apoio emocional de uma pessoa de confiança, a mulher também pode usufruir de espaço para caminhar e massagens relaxantes no pré-parto.

A lei federal no. 11.108, de 11 de abril de 2005, garante às parturientes o direito à presença de um acompanhante antes e durante o trabalho de parto e no pós-parto imediato, pelo Sistema Único de Saúde. “Muitas mulheres não conhecem o seu direito e por isso não exigem a presença de alguém de sua confiança durante o parto, desde que seja normal e sem complicações. O acompanhante é importante para garantir conforto emocional à futura mamãe“, destacou Maria José.

Com as reformas da Tsylla Balbino, há a perspectiva de serem implantados de 10 a 20 leitos de UTI neo-natal na maternidade, que já possui berçário de alto risco com 28 leitos. Seguindo a política de humanização do parto, apenas os bebês que apresentam alguma complicação são mantidos no berçário. Recém-nascidos com baixo peso que não apresentam patologias não vão para a encubadora, ficam embalados em um tecido, em contato direto com a mãe, o que é chamado de mãe-canguru. Segundo a diretora da unidade, esta prática ajuda a promover o bom desenvolvimento emocional e afetivo da criança e ainda favorece o aleitamento materno.