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SALVADOR

Ibotirama sucumbe à cheia do São Francisco

Por Adilson Fonsêca

24/02/2007 - 11:35 h

Cidade ribeirinha ao São Francisco, Ibotirama, a 660 km de Salvador no oeste do Estado, está sofrendo as conseqüências da cheia do rio, que sobe uma média de quatro centímetros por dia em conseqüência das chuvas que vêm caindo em todo o Estado.



Com 24.700 habitantes, segundo o último censo realizado pelo IBGE, o município é um dos 15 que decretaram estado de emergência por causa da enchente no estado da Bahia este ano. A última grande cheia, que desabrigou os ribeirinhos do São Francisco, aconteceu há 15 anos.



De acordo com o prefeito Wilson Leite (PFL), em Ibotirama há 2.878 desabrigados e 1.604 afetados (pessoas que perderam as roças e estão com a criação em perigo).



Os mais atingidos, são os moradores das ilhas, como a Ilha Grande distante 10 km da cidade e que está parcialmente encoberta.



Os desabrigados estão recebendo apoio da prefeitura municipal e da Defesa Civil do Estado. Segundo o prefeito, “o efeito das cheias é catastrófico para a economia local, pois, depois de cada enchente, os produtores têm que recomeçar tudo de novo. Por isso, estamos aconselhando para que refaçam suas construções nas partes mais altas e distantes do rio”.



PREJUIZOS – Apesar de estar protegida por um cais, a água do rio está entrando na cidade e já atingiu o MercadoMunicipal e casas de comércio na área mais baixa, obrigando cerca de 50 comerciantes a mudar de endereço. De acordo com o lojista Carlinhos Chaves, 36 anos, por enquanto a classe está amargando prejuízos “porque, no antigo endereço, a gente já tinha a clientela certa, agora, tem que recomeçar tudo outra vez”.



Da mesma forma, a comerciante Rita Macedo, 53 anos, diz que, desde que transferiu sua loja de hortifrutigranjeiros da praça do Mercado Municipal para uma rua ao lado da igreja matriz, perdeu freguesia. “Em 25 anos de comércio, esta foi a terceira vez que tive de mudar por causa da cheia do rio.



Isso sempre é um transtorno”, reclama, entristecida.



Albertina de Lucca, 53 anos, ainda não mudou de endereço, mas está com a água na porta do seu comércio. “Isso é o maior prejuízo, porque todos os dias aqui era cheio de gente. Agora, o pessoal da roça está ilhado e não vem mais fazer a feira. Tomara que pare de subir o nível da água e volte tudo ao nor mal”.



No vizinho município de Muquém do São Francisco, os 130 habitantes da aldeia indígena Kiriri estão desalojados de suas casas desde o dia 10 de fevereiro. Com ajuda da Funai e da prefeitura municipal, estão morando em barracos de lona próximo ao posto desativado da Secretaria Estadual da Fazenda, na margem da BR 242.



Segundo a cacique Maria Kiriri, “foi preocupante ver a água do rio subir, de centímetro em centímetro, até chegar nas roças e nas casas, encobrindo tudo”. Ela lamenta não somente a perda das casas, mas principalmente as roças e as fruteiras. “Vamos perder tudo, pois cada vez que o rio enche é assim”.



Para ela, isso justifica o pleito da tribo, que quer uma terra na parte mais alta, a 15 km da aldeia atual.



A cacique diz ainda que, no acampamento, eles têm assistência médica duas vezes por semana, mas carecem de mais remédios.



“Outra necessidade que temos é de água tratada, pois a água que consumimos aqui vem de um poço, é salobra e não é muito limpa, provocando dor de cabeça, febre e diarréia”, alerta.



De acordo com o meteorologista André Madeira, do Climatempo, até o dia 10 de março não há previsão de chuva significativa”. No domingo, o volume das chuvas deve diminuir em toda a Bahia em virtude de uma massa de ar quente e seco na região Nordeste.

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