SALVADOR
Idoso morre atropelado por trem em Santa Luzia do Lobato
Por Mirela Portugal | A TARDE
21/06/2009 - 12:18 h | Atualizada em 21/06/2009 - 20:36
O aposentado José Amâncio da Silva, 71, morreu após ser atropelado por um trem às 9h deste domingo, nas proximidades da estação de Santa Luzia, no bairro de Lobato. O idoso atravessava uma das passagens para pedestres quando foi atingido por uma composição da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), saída da Estação Calçada. A morte foi imediata, mas as causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela 3ª Delegacia de Polícia, que fica no Bonfim. Natural de Recife, José morava na região desde 1984, e era habituado a passar pelo caminho que não possui advertência visual ou tela de proteção nos muros que dividem a calçada da linha. Os familiares contam que o aposentado não possuía parte da audição, mas não acreditam que isso teria influenciado no acidente. Sua filha, Ana Lúcia Amâncio da Silva, 38, disse ter ouvido de testemunhas que o trem vinha silencioso e em alta velocidade. “Quando apitava, ele ouvia. E é comum que alguns trens passem por aqui e não sinalizem. É um absurdo essa falta de cuidado em área residencial, ou não ter uma passarela para pedestre“, reclama. José Amâncio morava com três dos seus seis filhos, e saiu da rua Rua Austricliano em São Caetano, onde onde morava, para visitar a filha mais velha, que habita próximo à estação Santa Luzia, quando ocorreu o acidente. “Ele era ainda bastante saudável e sempre saía sozinho. É uma tristeza. Só podiam estar correndo, pois o corpo voou muito longe“, lamenta dona Maria Francisco da Silva, 68, casada com o ex-tecelão há 55 anos. O enterro do corpo, que havia sido encaminhado ao Instituto Médico Legal. Segundo o coordenador da 3ª DP, Balbino Campos, o maquinista do veículo não parou após o acidente e ainda não foi localizado. Após sua identificação será chamado a depoimento, provavelmente na próxima quinta-feira. “Dependendo do resultado, a rede ferroviária será responsabilizada, assim como o maquinista”, explica o coordenador. A reportagem tentou entrar em contato com a CBTU e assessores da Secretaria Municipal de Transportes e não obteve retorno. PERIGO - A linha de trem divide em dois a rua onde fica a estação Santa Luzia. Apenas quatro passos separam as casas e o muro baixo que cerca a linha. Mas, mesmo com a proximidade, nehum cartaz incita a olhar e escutar antes de atravessar as passagens de concreto. A única advertência é sonora, e nem sempre eficaz, conta Carla Dacttis, 39. “Às vezes, a gente precisa gritar e pedir para ele apitar, eles simplesmente passam em silêncio. Mas aqui até que foram poucos os acidentes, acho que esse é o segundo de uns cinco anos para cá”, lembra. Carla conta que havia o projeto de uma passarela em época de campanha. Mais tarde, veio a justificativa de que a rua era estreita demais. “Ainda assim, precisamos de uma solução, uma prevenção maior”. Joseana Brandão, 31, conta que as crianças da rua já crescem aprendendo a redobrar o cuidado ao atravessar. ”A gente tenta ensinar que precisa olhar mais de uma vez, prestar atenção“, disse a moradora, que reside em frente à passagem de pedestres onde houve o atropelamento de José Amâncio. A linha é caminho para três escolas públicas, as municipais Orlando Teles e Coração de Jesus e o Colégio Estadual Dantas Junior. Preferia quando os trens não circulavam finais de semana e feriado. Era mais seguro“, opina a ambém moradora Vanessa Santos, 27. ”Fim de semana o pessoal tá bêbado, desatento“. Para ela, mesmo beneficiando os moradores do subúrbio nos finais de semana, seria necessário maiores medidas de segurança para prevenir acidentes em dias de maior movimento.
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