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Ilê Aiyê faz vaquinha virtual para manter projetos sociais

Por Yuri Silva

04/11/2017 - 10:09 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Alunos da Band’Erê, atividade da agremiação que forma jovens em música e está parada desde o ano passado
Alunos da Band’Erê, atividade da agremiação que forma jovens em música e está parada desde o ano passado -

Em dificuldades até para colocar seus associados na rua no Carnaval de 2018, o Ilê Aiyê, bloco afro mais conhecido da Bahia, está arrecadando doações por meio do Kickante, plataforma digital em que projetos sociais podem promover crowdfunding (vaquinhas virtuais) em nome de causas consideradas relevantes.

O objetivo da campanha, chamada de Sou Ilê o ano inteiro, é ajudar no pagamento de despesas relacionadas à Escola Mãe Hilda, que precisou reduzir o número de alunos recentemente, e à Band’Erê, projeto da agremiação que forma jovens em música e está parado desde o ano passado.

“Há uma discriminação. As pessoas não dão o devido valor a nós”

Atualmente, contabiliza o presidente e fundador do bloco, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, 50 alunos seguem sendo atendidos na escola mantida pela entidade. O número, entretanto, não chega nem perto dos 240 alunos entre 7 e 12 anos que eram atendidos até o ano passado.

Com o hiato no funcionamento da Band’Erê, conta Vovô, funcionários tiveram que ser demitidos e, por isso, o bloco amarga processos trabalhistas na Justiça.

Além disso, o patrocínio que a agremiação recebia da Petrobras já não existe desde 2015. “O que queremos com esse projeto é retomar nossos projetos no ano que vem”, almeja o gestor da entidade, estimando uma arrecadação de pelo menos R$ 30 mil na campanha digital.

Como doar

Essa, afirma ele, será a primeira etapa da campanha, que teve início no dia 1º último e vai até o começo de janeiro. No Kickante, as doações variam entre R$ 10 e R$ 500, mas uma segunda transação pode ser feita por quem deseja ajudar com um valor maior, frisa Vovô.

Até esta sexta-feira, 3, 16 pessoas já haviam transferido R$ 1.110 ao bloco, o que representa 3% do objetivo final da campanha. Entre as recompensas para os doadores, estão brindes que vão de um DVD do Ilê a uma oficina de dança afro ou percussão.

Cortes de tecido usados pelo bloco também estão entre as premiações. Já quem doar R$ 500 poderá gravar uma música com o Ilê, durante duas horas, no estúdio da agremiação.

“São formas de agradecer às pessoas pela ajuda”, afirma Vovô, dizendo que tem buscado apoio do governo estadual e da iniciativa privada para conseguir financiar o próximo Carnaval e as atividades regulares do bloco, durante o ano.

Falta de apoio

Cantando o centenário do ex-presidente sul-africano e líder da luta anti-apartheid Nelson Mandela, a agremiação buscará, revelou ele, o apoio da Embaixada da África do Sul em Brasília para pagar a festa momesca.

“Estamos tendo dificuldades com o Carnaval, mas vamos sair ano que vem. Não tem risco, vamos pôr na rua. Mas não está sendo fácil mesmo”, lamentou.

Ele ainda teceu duras críticas à falta de patrocínio enfrentada pelos blocos afros e apontou “discriminação” e “descaso” como motivações para o cenário conturbado economicamente nas instituições carnavalescas negras. “São todas as entidades, não só o Ilê”.

“É inacreditável que na Bahia, um estado que toma tanta cerveja, uma cervejaria patrocine tantas iniciativas e não apoie um bloco afro”, exemplificou o fundador e presidente do Mais Belo dos Belos.

“Há uma discriminação. Nós sabemos da importância, da quantidade de turista que vem para cá, que come, que pega táxi, que movimenta a economia, mas as pessoas não dão o devido valor a nós”, afirmou ele, defendendo que “o Carnaval precisa se repensar”.

Vovô lembrou ainda que o bloco será o protagonista do projeto Concha Negra, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), no próximo dia 18, às 18h.

O show, com participação de Daniela Mercury e Criolo, terá bilheteria revertida para o Ilê – o que também ajudará nos projetos do bloco. “A gente não desiste, estamos aí correndo atrás”, diz.

Doe acessando goo.gl/n6DBZS

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