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SALVADOR

Incêndio atinge Fórum Ruy Barbosa

Por JORNAL A TARDE

31/01/2006 - 0:00 h

Segundo funcionários, não houve perda de documentos, mas atendimento foi cancelado em nove varas de Família



Sylvia Verônica




Eram 7 horas de ontem quando um dos computadores do cartório da 11ª Vara de Família, sala 320 do Fórum Ruy Barbosa, começou a pegar fogo. Não havia servidores no local e três funcionários da manutenção tiveram de arrombar a porta de madeira para entrar na sala. As chamas foram debeladas com os extintores de incêndio. “Quando o Corpo de Bombeiros chegou, o fogo estava apagado. De qualquer forma, os bombeiros não ajudariam muito, porque não puderam entrar na sala, já que não tinham máscaras”, contou o administrador do fórum, Mário Sérgio Dias Correia.



Na sala, coberta de fuligem e interditada para o trabalho de perícia, era possível ver documentos espalhados pelo chão e uma impressora destruída pelo fogo. Aparentemente, nenhum documento foi atingido. A escrivã da 11ª Vara, Eliana Souza Gonçalves, ficou aliviada ao constatar que não houve perda de documentos. “Na sexta, quando saí daqui, deixei tudo desligado. Ainda havia alguns funcionários”, comentou a escrivã. O juiz titular, Edson Bahiense, esteve no local ontem pela manhã.



“A administração do fórum não fica com as chaves dos cartórios e salas de audiência, porque lá estão segredos de Justiça. Então, é de responsabilidade de juízes e escrivãos desligar todos os equipamentos”, afirmou José Carlos Oliveira Santos, funcionário da administração.



Mário Sérgio assegura que o sistema de alarme funcionou, mas essa versão é contestada por uma funcionária que não quis se identificar. “Estava no fórum na hora do incêndio, porque tinha uma reunião. O alarme não disparou e foram os funcionários da limpeza que viram o fogo. O sistema de alarme estava disparando sozinho nas últimas semanas e resolveram desligá-lo na semana passada”, afirmou.



O sistema de alarme do Fórum Ruy Barbosa foi instalado há dois anos, quando o prédio passou por reforma nas instalações elétricas e hidráulicas, na gestão do desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra. Ontem à tarde, a Polícia Técnica realizou perícia no local do sinistro e deve divulgar resultado nos próximos dias.



Por causa do sinistro, o terceiro andar foi interditado durante todo o dia de ontem. Não houve expediente e audiências nas Varas de Família que funcionam no local – 1ª, 2ª, 4ª, 5ª, 7ª, 10ª, 11ª, 12ª e 14ª. As atividades voltam ao normal hoje, exceto na 11ª Vara, que, depois da perícia, passará por limpeza e pintura. O juiz titular volta de férias amanhã, quarta-feira, dia da semana em que são realizadas audiências.



Fragilidade nos prédios públicos



A segurança nos prédios públicos envolve, além da integridade física dos servidores, documentos e registros de importância fundamental, a exemplo do histórico fiscal de empresas. Apesar disso, o número de sinistros revela a fragilidade dos prédios públicos e levanta suspeitas de possíveis incêndios criminosos com objetivo de queima de arquivo.



Núbia Ventin, diretora de Patrimônio da Secretaria da Administração do Estado (Saeb), explica que, no caso dos imóveis do poder Executivo, a Saeb é responsável pela normatização dos procedimentos e pela apólice de seguros de todos os prédios com valor superior a R$ 100 mil.



“Nosso papel é orientar os servidores sobre como prevenir esses acidentes. Toda a documentação dos imóveis do Estado está guardada com cópias e mais da metade dos documentos de seis mil imóveis em todo o Estado está microfilmada e guardada nos cofres da Empresa Gráfica da Bahia (EGBA).



O coronel Nelson Vasconcelos, do Corpo de Bombeiros, revela que, há dois anos, depois que um incêndio destruiu o prédio da Secretaria Estadual da Educação (SEC), os prédios do Centro Administrativo foram vistoriados, e esse trabalho será retomado depois do Carnaval.



“Estamos centrando esforços na preparação do suporte para o Carnaval, vistoriando hidrantes públicos, sistemas dos hotéis. Em qualquer incêndio, o importante é debelar o fogo no início. Para isso, mais importante que os bombeiros, é que haja instrumentos de combate a incêndio no local e que os servidores de cada unidade sejam treinados para agir nessas ocasiões”, acredita Vasconcelos.



MEMÓRIA



Incêndios em prédios públicos na Bahia




  • Em 1978, o prédio da Assembléia Legislativa pegou fogo três vezes, nos dias 1º de junho, 15 e 22 de novembro. A perícia constatou que problemas na rede elétrica causaram os sinistros. O último destruiu o 2º andar do prédio. Os bombeiros não puderam usar os hidrantes porque nenhum tinha água com pressão suficiente para abastecer os carros-tanque.  
  • Em 28 de maio de 1984, a Secretaria da Agricultura teve várias salas destruídas pelo fogo.
  • Em agosto de 1993, o terceiro andar da Secretaria de Saneamento, Recursos Hídricos e Habitação foi incendiado.  
  • No governo João Durval Carneiro, foi a vez de a Secretaria da Indústria e Comércio sofrer um incêndio. O fogo começou no sistema de ar-condicionado e queimou o segundo andar.  
  • Em 1999, o fogo consumiu o prédio dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios.
  • Em 2 de outubro de 2003, o prédio-sede da Secretaria Estadual da Educação foi consumido por um incêndio que começou no início da noite e só foi controlado às 6 horas do dia seguinte. Na época, o coordenador de Modernização, João Braulindo Falcão, garantiu que todas as informações e processos foram salvos. Na ocasião, o Corpo de Bombeiros teve dificuldades pela falta de água nos hidrantes – carros-tanque da Embasa chegaram ao local 40 minutos depois.
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