SALVADOR
Incêndio atinge terreno em Canabrava após pedido de reintegração de posse
Por Da Redação
Um incêndio atingiu, na noite desta terça-feira, 26, um terreno baldio na rua Artêmio Castro Valente, ao lado do Colégio Papillon Nobre, no bairro de Canabrava. O local está sendo ocupado por cerca de 80 famílias sem moradia e o sinistro ocorreu após o pedido de reintegração de posse.
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De acordo com informações iniciais da Superintendência de Telecomunicações (Stelecom), o fogo começou por volta das 19h40, na região da avenida Mario Sérgio Pontes de Paiva, no mesmo bairro.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para averiguar as proporções das chamas e conseguiram controlar o incêndio por volta das 21h20. Ninguém ficou ferido.
Em contato com a reportagem do Portal A TARDE, um representante do Movimento Nacional de Luta por Moradia, que não quis ser identificado, disse que o incêndio foi “proposital” e que teve o objetivo de retirar as famílias que ocupam o terreno.
“A situação é que o pessoal não sabe nem como vai fazer para dormir aqui. Esse incêndio é proposital para que a gente retire as famílias daqui da ocupação, justamente no dia em que recebemos a documentação da reintegração de posse”, afirmou.
Em vídeos, foi possível ver pessoas no local assustadas devido à proporção das chamas, que se alastrou rapidamente pela área de vegetação.
Durante a ação, os bombeiros foram até a região onde teria começado o incêndio para verificar ser havia a necessidade de fazer um resfriamento e evitar danos maiores.
O caso
O grupo está no local desde o último dia 16. O processo no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), de autoria do Banco Pan S/A e assinado pelo Juiz de Direito Érico Rodrigues Vieira, diz que o não cumprimento da reintegração "acarretará significativo aumento do quantitativo de invasores e, ademais e sobretudo, a progressão de obras por parte daqueles, majorando, assim, a irreversibilidade e o prejuízo aos envolvidos".
Após a determinação, a polícia deve cumprir a decisão. Ainda não há detalhes sobre a ação policial. Segundo um representante do movimento, que não quis ser identificado, eles receberam o documento na terça. "Umas pessoas em um carro vieram e mostraram o papel e armas no carro como ameaça. As famílias continuam no local até que um juiz diga que de fato tem um dono", afirmou.
O movimento também denuncia que diversas empresas, inclusive imobiliárias, estão cercando o terreno para conter invasões e realizando medições. Procurado pela reportagem, o TJ-BA informou que está buscando informações sobre o processo.
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