SALVADOR
Jovem morto pela polícia no Nordeste é primo do garoto Joel
Por Juliana Brito e Samuel Lima

A dor de perder um parente vitimado pela violência voltou a se abater nesta quinta-feira, 13, sobre familiares do menino Joel da Conceição Castro, morto aos 10 anos pelo tiro disparado por um policial militar em 21 de novembro de 2010, no Nordeste de Amaralina.
O mesmo destino teve o primo do garoto, Carlos Alberto Conceição dos Santos Júnior, 22, baleado em ação de policiais militares da Base Comunitária de Segurança do Nordeste, na Rua Aurelino Silva - a mesma em que Joel morava.
Em nota, a Polícia Militar informou que os policiais teriam sido recebidos a tiros por oito homens na Olaria e atingiram, no revide, um deles - "identificado como Carlos Gil". O baleado foi levado pelos policiais para o Hospital Geral do Estado.
Segundo a nota, "foram apreendidos com ele um revólver e pedras de crack".
Interdição - Moradores do bairro, no entanto, contestam a versão da PM e fecharam a Rua Visconde de Itaborahy, em Amaralina, em protesto que incluiu cartazes e objetos em chamas, à tarde.
Eles reclamam que Júnior teria sido rendido pelos policiais na Rua Aurelino Silva, conhecida como Olaria, e baleado na cabeça - por volta das 10h50 desta quinta. Ele estaria a caminho da praia.
"Não me matem, sou trabalhador", teria gritado, conforme relatos.
"Encurralaram ele em um quintal, atiraram e depois colocaram uma arma na mão dele", reclamou Marilene Conceição dos Santos, tia do rapaz. Ela falou que Júnior trabalhava em um hotel na Barra e estava de folga.
Segundo o capitão Marcelo Pitta, do Departamento de Comunicação Social da PM, "todas as ações da corporação que resultam em morte são apuradas em inquérito militar na Corregedoria. Os policiais que participaram da ação foram ouvidos, mas não há denúncia formalizada".
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