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SALVADOR

Labirinto de árvores e muros altos

Por Luisa Torreão, do A Tarde

16/11/2007 - 21:50 h

Eucaliptos, espatódeas, umbuzeiros, framboesas, cajazeiras, flamboyants, algarobas. O nome dessas plantas emprestam beleza a algumas das 17 alamedas que compõem oficialmente o Caminho das Árvores. Criado por um decreto em 1974, o bairro, considerado nobre, tem limites pouco definidos e chega a se confundir com áreas da Pituba e do Itaigara. Para os moradores a maior vantagem é poder aliar em um mesmo lugar tranqüilidade e proximidade de serviços urbanos diversos.



As ruas se entrecortam quase em labirinto, onde muitas casas de muros altos têm cercas elétricas como proteção. A maioria também conta com sistemas de alarme e vigilantes particulares. Apesar do estilo das construções, o verde ainda chama a atenção. “Para mim, o bairro é um pulmão entre áreas adensadas. Um oásis na cidade”, diz a psicóloga Eglê Pinheiro, residente no local há 12 anos e diretora-administrativa da Associação dos Moradores do Loteamento Caminho das Árvores (AMLCA).



O logradouro foi criado por um acordo entre o município e a Construtora Odebrecht, para fim exclusivamente residencial. Desde a década de 1990, porém, já enfrenta a constante invasão comercial, que tem sido firmemente combatida pelos habitantes mais antigos. Hoje, somam-se dezenas de estabelecimentos, entre lojas de artigos domiciliares, escolas e pequenas empresas, diante de 452 residências.



São 16 alamedas de caráter unidomiciliar. A Alameda das Espatódias, que liga as avenidas Tancredo Neves e Paulo VI, é a única liberada para atividades comerciais, concentrando grande número de lojas de decoração para casas. Entrando por uma das esquinas, no entanto, o cenário logo muda. Quem passa pelas alamedas das Algarobas e dos Mulungus se depara com belas residências de médio a alto padrão, a maioria de dois andares, entremeadas por árvores.



No centro, está a larga Praça dos Eucaliptos, pouco urbanizada, mas de natureza exuberante, cujo nome já revela os diversos e imponentes habitantes do terreno. “Gosto de correr aqui porque é mais fresco, arborizado e tranqüilo”, diz a administradora de empresas Juliana Almeida, 28 anos.



Apesar de morar no Itaigara, ela sai de casa todos os dias para se exercitar ali.

Juliana gosta tanto da região que a escolheu para inaugurar uma loja de roupas. “Aqui se tem um mix de serviços, a gente encontra de tudo sem precisar sair do bairro”.



Frutas – Diante de tantos prédios, casas e lojas espalhados por todo o entorno do logradouro, uma banca de frutas chama a atenção, com vistosos abacaxis, bananas e mangas expostos. Lá se vende de tudo: arroz, verduras, biscoitos caseiros, camarão seco, refrigerantes e salgados. O proprietário Josias Sampaio, 33, conta que tem clientes fiéis que passam para fazer a feira todos os dias. Há cinco anos, ele está instalado na Rua Várzea de Santo Antônio, após ter resolvido trocar a Barra por um lugar mais calmo.



Para o aposentado Riol Santos, 69, que sai de casa a pé para ir à banca de Josias, a maior vantagem do Caminho das Árvores é a oferta de serviços próximos. Apesar de a Rua do Timbó, onde vive há oito anos, não ser oficialmente registrada parte do loteamento pela AMLCA, ele se considera morador convicto do bairro. “É isso o que diz nas correspondências”, alega. Para ele, o lugar “é tranqüilo demais e só faltam mais barzinhos e praças”.



Charco – A aposentada Marina Sá de Carvalho, 75, é uma das moradoras mais antigas da região. Há 27 anos, reside na Alameda das Cajazeiras. Antes, chegou a morar um tempo na Avenida Paulo VI, quando a localidade ainda era uma rua que passava próxima a um charco. De lá para o Caminho das Árvores, onde escolheu ir quando o comércio na Pituba começou a crescer, viu nascer shopping center, hipermercado e outros pontos, que hoje parecem sempre ter existido.



“Quando vim pra cá ainda haviam muitos terrenos vazios, não havia tanta coisa como hoje. Minha esperança é que o loteamento seja mantido no futuro”, diz Marina. Reunidos pela AMLCA, os moradores cuidam para preservar a tranqüilidade de moradia do logradouro, mantendo as características iniciais da formação.



“Eu sempre sonhei com um lugar assim. Quando consegui foi uma satisfação imensa”, conta o presidente da associação, o empresário Wolfgang Roddewig, 75. Nascido na Alemanha, ele vive no Brasil há cerca de 50 anos, 20 dos quais morando no bairro.



“Foi o melhor lugar que eu achei”, elogia. Ele saiu da Graça por ter um prédio construído tapando a visão de sua janela. Comprou a casa onde vive por causa da mangueira que tem no quintal e hoje não a troca por nada. No muro externo da residência, uma placa amarela inusitada, avisa: “Não vendo. Favor não insistir”.

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