Leilão da antiga sede dos Correios segue até 16 de abril com lance mínimo de R$ 211,5 mi

O prédio, construído há 35 anos para sediar a Empresa Brasileira de Correio e Telégrafos (Correios), está sendo leiloado com o objetivo de reduzir espaços ociosos e custos, de acordo com a superintendência da instituição. Com lance mínimo de R$ 211,5 milhões, o leilão recebe propostas dos interessados até o dia 16 de abril, quando será concluído o processo.

Localizado na avenida Paulo VI, no bairro da Pituba, o terreno de 34.689,00 m² conta com 41.947,00 m² de área construída, distribuídas em 17 andares.

De acordo com José Oliveira dos Santos, superintendente estadual de operações dos Correios na Bahia, menos de 30% da antiga sede estava sendo utilizada após a construção de outras instalações e transferência de setores para novos prédios. "Além de não termos como trabalhar com fluxo de encomendas ali por conta das carretas que chegam o tempo todo, construímos um grande centro operacional na Via Parafuso. São 22 mil m² com uma estrutura apropriada, moderna e que atende nossa necessidade operacional. Com isso o prédio da Pituba ficou ocioso".

Oliveira contou que o fechamento da agência da Pituba, aliado à adesão do Plano de Demissão Voluntária (PDV) e o Plano de Demissão Incentivada (PDI), além da falta dos concursos, reduziu a necessidade da gente ocupar o prédio.

A expectativa, apesar da necessidade de reformas em alguns pontos, é de que o imóvel gere interesse do setor imobiliário, investidores e faculdades, já que se trata de uma área nobre e central da cidade.

O prédio abrigava todo setor administrativo da empresa, além do Centro de Tratamento de Cartas (CTC), o Centro de Tratamento de Encomendas (CTE), uma agência dos correios, dois centros de entrega de encomendas, entre outros departamentos. Atualmente, o setor administrativo funciona no antigo prédio da Receita Federal, na avenida Tancredo Neves e os outros setores foram realocados para outros imóveis de menor porte.

O leilão será aberto para o público em geral e o preço mínimo foi reduzido de R$ 248 milhões para R$ 211,5 milhões. De acordo com os Correios, os interessados não precisarão mais recolher uma caução para participar da licitação, bastando apenas apresentar a proposta para o imóvel pretendido, em envelope fechado até o dia 16 de abril. Interessados podem agendar visitas pelos números (71) 3346-2305 e (71) 3346-2302.

Patrimônio histórico

Doze esculturas de Mário Cravo, que representam imagens de orixás do Candomblé, segundo o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), estavam distribuídas no pátio do prédio. Em março do ano passado, a administração dos Correios doou as obras ao Governo do Estado.

De acordo com o Ipac, "as esculturas sofreram a ação do tempo e atos de vandalismo, ainda sob a custódia da instituição doadora. Após a legalização da doação, elas foram retiradas do seu local de exposição original e transferidas para o Palacete das Artes, museu sob administração do Ipac, onde está todo o acervo doado pelo artista ao Governo da Bahia, incluindo gravuras, pinturas, croquis e maquetes". O Ipac informou ainda que as esculturas estão sendo restauradas. A de maior porte, a de Oxalá, já foi recuperada.

*Sob supervisão da editora Meire Oliveira