MOBILIDADE
Linha Vermelha tem 95% das obras concluídas
Via está quase pronta e já traz benefícios para a comunidade
Por Da Redação

Economia de tempo e combustível, imóveis valorizados, negócios em crescimento. Esses são alguns dos benefícios apontados pelos soteropolitanos que conhecem e já utilizam a nova Linha Vermelha. Com 95% das obras concluídas, a via é composta pelas avenidas Orlando Gomes e 29 de Março e tem um traçado que segue pela Via Regional até Águas Claras/Cajazeiras, onde também estão sendo construídas a nova rodoviária de Salvador e mais uma estação de metrô. Do total de 12 quilômetros de pistas, nove já estão concluídos. O investimento do Governo do Estado é de aproximadamente R$ 580 milhões.
O empresário Jaílson Miranda, 47 anos, mora próximo ao Aeroporto de Salvador e mantém um negócio em Nazaré. Ele considera que a obra “foi um trabalho magnífico para quem vive na Região Metropolitana. Saio todo dia de casa, pego a Avenida Paralela, entro na 29 de Março até Águas Claras e vou para a empresa. Quando não tinha esta via, eu demorava cerca de uma hora para fazer o trajeto de carro, sem engarrafamento. Com tudo travado, não tinha como calcular. Hoje, em 25 minutos, eu chego”.
Auxiliar administrativa em um novo instituto de beleza inaugurado no fim do ano passado, às margens da 29 de Março, Jéssica Fernandes afirma que a escolha do espaço foi motivada pela implantação da Linha Vermelha. “Aqui é um local que está crescendo. O desenvolvimento vai chegando e trazendo movimento, outros comércios, segurança, proporcionando uma perspectiva de crescimento para os negócios que estão sendo implantados e a valorização dos imóveis na região”.
Gerente de um posto de combustíveis, Robson Leandro trabalha no local há dois anos e afirma que o movimento na região agora é muito maior. “Melhorou bastante a trafegabilidade. Isso traz mais segurança e um movimento maior para a empresa, que fica valorizada. Melhora para nós e para os clientes”, resume.
Um dos clientes do posto é o rodoviário Diego Cardim, que utiliza a Linha Vermelha diariamente, a caminho do trabalho. “[A via] melhorou o trajeto. É uma rapidez para acessar da Suburbana à orla. Estou ganhando pelo menos 30 minutos por dia, pois para acessar a Estação Mussurunga sem ser por aqui, eu precisaria pegar a Paralela, fazendo a volta na cidade. E aqui facilitou”.
Sem enchente
A dona de casa Vânia Cerqueira, 30 anos, destaca uma melhoria importante para o conforto e a saúde dos moradores do entorno da Via Regional. “Esse córrego já encheu várias vezes. Nós tínhamos um terreiro de candomblé e de quatro casas no terreno, duas desabaram. Agora, com a canalização das águas, isso acabou. Não tem mais enchente. [A Linha Vermelha] valoriza nossa propriedade. Vamos poder voltar com nossas atividades aqui. Reduz também os insetos e outros bichos. Está ficando uma maravilha”.
Além da valorização e da urbanização no local, as comunidades do entorno também foram beneficiadas com a construção de praças, academias ao ar livre e campos de futebol com grama sintética. O estudante Tiago Souza, 16 anos, treina futebol no Campo 29 de Março e está indo para a equipe júnior do São Paulo Futebol Clube. “Eu treino aqui há cerca de dois anos. Outro dia teve uma avaliação aqui, fiz seis gols e tinha um olheiro, que gostou do meu futebol. Agora os professores estão ajeitando para eu poder ir para São Paulo”.
O treinador de Tiago, Carlos Eduardo da Silva, diz que seu projeto tem nove anos, treinando há dois no Campo 29 de Março. “Antes, a gente jogava em um campo de terra lá no Jardim Nova Esperança. Agora, conseguimos estes horários neste campo gramado e cercado, que é excelente. Isso é uma oportunidade para tirar esses jovens das ruas. Tenho cerca de 60 alunos, dou aula três vezes por semana é já tenho atletas no futebol profissional. Minha ex-aluna Yasmin hoje joga no Corinthians. Estou para encaminhar Tiago para o São Paulo, além de outros que estão se preparando para conseguirem vagas também”.
Conjunto de intervenções vai ajudar na geração de empregos
André Leal é engenheiro da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), coordena a obra e explica a importância da intervenção. “É uma obra que liga toda a orla marítima, saindo lá de Piatã ao encontro da BR-324, beneficiando especialmente quem vive em Piatã, Jaguaribe, Castelo Branco, Cajazeiras IV, V, VIII, Via Regional e Águas Claras. Somam-se a isso a nova rodoviária e uma estação de metrô. Esse conjunto vai proporcionar uma geração grande de emprego em função da mobilidade urbana da população”.
Leal acrescenta que a construção de cinco pontes, seis viadutos, quatro quilômetros de canalização de córregos e as desapropriações foram alguns dos desafios enfrentados durante as obras. “Além disso, tem a parte de urbanização e infraestrutura com ciclovias, quatro campos de futebol e academias ao ar livre, interligando a nova rodoviária à orla marítima”.
A Linha Vermelha é um corredor transversal que, junto com as obras da Linha Azul (Avenidas Pinto de Aguiar e Gal Costa), forma um complexo que tem 8 túneis (quatro duplos) e 15 viadutos. Os dois sistemas viários totalizam 25 quilômetros, ao longo dos quais foram implantados passeios, pontes, ciclovias, escadarias, rampas, acessos e retornos, além de serviços de macrodrenagem, urbanização, paisagismo, iluminação e sinalização. As intervenções proporcionam ainda dignidade e autoestima para os moradores dessas regiões.
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