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SALVADOR

Medidas de prevenção podem salvar vidas de afogamento

40% das ocorrências nas praias acontecem no Verão, por isso, banhistas devem redobrar os cuidados

Por Priscila Dórea

11/12/2022 - 6:00 h
Clima de férias já chegou na capital baiana e cuidados precisam ser tomados
Clima de férias já chegou na capital baiana e cuidados precisam ser tomados -

O verão só começa de verdade no dia 21 de dezembro, mas o clima de sol, praia e férias já chegou na capital baiana. Multidões têm ido às praias a cada abertura de sol - inclusive no meio da semana, mas esse movimento também aumenta os alertas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, 40% dos afogamentos do ano acontecem no verão, então esse é o período que deixa não só os guarda-vidas em alerta, mas também banhistas, como a atendente Ana Caroline Trindade, que é bem criteriosa quanto a qual praia leva a filha Ana Clara, de 6 anos.

“Sempre procuro levar minha filha nas praias que tenham uma maré que dê para ela brincar tranquila sem eu estar colada nela, assim como aquelas que tenham sempre um guarda-vidas circulando. Fico atenta quando não estou na água, e ela, por si só, gosta de ficar na beirinha mesmo, então já é uma vantagem, mas é muito bom saber que tem guarda-vidas vigiando a praia, acho bem mais seguro”, explica Ana Caroline.

Coordenador da Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar), Kailani Dantas aponta que independente do período, o mar e a piscina oferecem riscos constantes e latentes todos os dias.

“As pessoas precisam ter muita cautela para utilizar a praia como meio de lazer, pois as frentes frias intensificam as correntes de retorno, tornando as praias mais perigosas, e nesse período que antecipa o verão, e com férias escolares, há uma incidência muito grande de gente na praia, e isso, além de aumentar o risco de afogamento, intensifica também a ocorrência de crianças perdidas. Só este ano foram mais de 50”, afirma.

Esses são, justamente, os dois maiores medos da assistente administrativa Carine Ribeiro: o filho se afogar ou se perder na praia. Ela própria já se perdeu quando criança, por isso sempre ensinou o filho Guilherme, de 12 anos, a marcar pontos de referência na praia.

“Quando aconteceu comigo foi assustador, demorou cerca de 20 minutos para encontrar meus pais, mas pareceu uma eternidade, além da chance de ter acontecido algo bem ruim. Desde que ele era menor ensino a prestar atenção ao redor para saber como encontrar a nossa mesa quando sair da água e também fico de olho”.

Carine também colocou o filho na natação quando ele tinha cerca de 4 anos, não apenas como atividade extra para Guilherme, mas para ter mais essa segurança, assim como a enfermeira Fernanda Boeira fez com o filho Leonardo, de 6 anos. De Porto Alegre, Fernanda tem familiares em Salvador e visita a capital baiana com frequência, em especial nas férias, e não perde a chance de curtir as praias da cidade, mas se mantém o tempo todo alerta e atenta em meio a diversão em família.

“Sempre tento ficar perto ou no entorno dele, seja na água ou mesmo na areia. Fico mais confortável quando sei que estou próxima, e posso ver e o ajudar caso algo aconteça. É um momento de diversão, mas nunca se sabe. Meu filho faz natação já tem um tempo, para que tenha essa segurança para nadar, e eu inclusive insisto que ele vá às aulas quando ele reclama sem querer ir, mas a verdade é que os pais precisam estar atentos a todo momento. Além disso, acho que deveria haver mais guarda-vidas na praia, ainda mais no verão”, salienta a enfermeira.

O coordenador da Salvamar, Kailani Dantas, explica que, até então, a coordenadoria possui um quadro de 270 servidores distribuídos entre a Praia de Jardim de Alah até Ipitanga, com uma média de 30 a 35 postos de serviços. “Vamos sentar essa semana com o gabinete para viabilizar uma operação verão, para que a gente tenha uma praia ainda mais segura durante esse momento que nós sabemos que receberemos muito mais gente nas nossas praias”, pontua ele.

Operação Verão

Com o calor do verão atraindo mais e mais pessoas para as praias, é justamente nesse período - de dezembro a fevereiro -, que se concentra 40% das ocorrências de todo o ano, afirma o Major BM Francisco Damasceno Duarte, comandante do 13º GBM/Grupamento Marítimo. “Por isso temos a operação verão, um incremento de efetivo em regime extraordinário, com o aumento de bombeiros nos postos já existentes e a abertura de novos postos em algumas praias, de sexta a domingo”, explica.

E esse incremento vai além das praias. O major salienta que há também o aumento do contingente para atender ao serviço náutico, ao serviço de mergulho e aos outros serviços de bombeiro, como busca e salvamento, e o combate a incêndios. “É um período em que a cidade está com número elevado de turistas, por isso esse incremento no efetivo“.

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