SALVADOR
Médium Chico Xavier tem grande relação com espíritas baianos
Por Bruna Hercog | A Tarde
Série 3/5
ATÉ A PRÓXIMA QUINTA-FEIRA, 1º, A TARDE TRAZ MATÉRIAS ESPECIAIS SOBRE O MÉDIUM MINEIRO CHICO XAVIER, CONTANDO EPISÓDIOS DA SUA VIDA E A IMPORTÂNCIA DA OBRA QUE ELE DEIXOU
A Bahia tem um papel importante na história do espiritismo: a primeira organização espírita do País foi fundada em Salvador, no ano de 1865. Intitulada Grupo Familiar do Espiritismo, teve à frente o jornalista Luiz Olímpio Teles de Menezes, responsável, também, pela criação do primeiro jornal espírita do Brasil: Écho D’Além Túmulo. No entanto, o maior líder espírita do Brasil, Chico Xavier, nunca esteve na Bahia.
Com a saúde debilitada, o médium mineiro viajava pouco e preferia que as pessoas fossem até ele em Uberaba, cidade mineira onde morou até sua morte, em 30 de junho de 2002. Os encontros aconteciam na sede do Grupo Espírita da Prece – fundado por Chico e pelo irmão, João Xavier – ou na casa do médium. Foi durante essas visitas que espíritas baianos, como Divaldo Franco e José Medrado, mantiveram contato com Chico Xavier e tiveram a oportunidade de saber um pouco mais sobre a personalidade deste homem que dedicou a vida ao próximo.
A primeira vez que Medrado – médium e fundador do Complexo Cidade da Luz – esteve com Chico Xavier foi em 1984, durante uma reunião no Grupo Espírita da Prece. Desde então, foram oito encontros. A última vez em que estiveram juntos foi em 1997, cinco anos antes da morte de Chico. “Ele era uma pessoa mansa e congregadora. Mesmo com a saúde debilitada, era sempre muito atencioso e bem-humorado. Uma vez, lhe perguntei por que insistia em usar peruca, e ele me disse, sorrindo: ‘Para assustar menos as pessoas’”, conta.
Para José Medrado, existem dois grandes marcos na história da doutrina espírita: o primeiro, quando Allan Kardec codifica o espiritismo; o segundo, quando surge Chico Xavier. “Ele popularizou o espiritismo, transcendeu todos os limites”, avalia. Medrado explica que o médium mineiro teve de vencer obstáculos para cumprir sua missão na Terra e conta que não foi só da Igreja Católica que Chico sofreu resistência: o próprio movimento espírita não o acolheu de imediato.
Orador espírita e fundador da Mansão do Caminho, Divaldo Franco conta que participou de encontros espíritas ao lado de Chico Xavier e, certa vez, esteve em Uberaba com mais de 40 baianos para visitar o médium. Divaldo diz que o primeiro contato que teve com Chico foi em 1948, em Belo Horizonte. Ele conta, também, que quando decidiu fundar a Mansão do Caminho – onde funciona centro espírita, ambulatório, escola e maternidade –, Chico Xavier o incentivou e o inspirou com suas palavras e exemplo de vida.
“A contribuição de Chico Xavier em favor do espiritismo na Bahia e no mundo é irretocável. Ele, na Terra, foi o exemplo de um verdadeiro cristão. Sua vida foi um evangelho de feitos”, dimensiona Divaldo Franco.
“Sua vida foi um evangelho de feitos”
DIVALDO FRANCO, sobre Chico Xavier
“Era sempre muito atencioso e bem-humorado”
JOSÉ MEDRADO, sobre Chico Xavier
“Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!”
CHICO XAVIER
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