Moradores de conjunto habitacional reclamam de falta de acessibilidade

Moradores de São Tomé de Paripe denunciaram uma série de problemas no acesso ao transporte público da região. Dentre as demandas, a principal é a extensão das linhas de ônibus para a Rua Romênia, onde está localizado o Conjunto Habitacional Vivendas do Mar.

Com uma ladeira íngreme entre o ponto mais próximo e o condomínio, no local residem cerca 500 famílias. “A proposta é o ônibus vir, seria como um fim de linha daqui, só aumentar um pouco o trajeto”, explica Eslane Paixão presidente da Unidade Popular na Bahia (UP) e moradora do Vivendas do Mar. As linhas de ônibus não sobem a ladeira que dá acesso ao conjunto habitacional, sendo necessário aos moradores, boa parte com problemas de locomoção, descer cerca de 500 metros para chegar ao ponto mais próximo. “A gente não quer linha nova, só quer a ampliação do trajeto”, explica Rosenilda Ferreira, secretária da Associação de Moradores Vivendas do Mar (Avam).

“Utilizo transporte público e essa situação da ladeira é muito ruim, o ônibus não subir, tendo em vista que já passa na rua de baixo, podendo deixar as famílias aqui em cima”, relata Willian, morador da região. “A gente tem vizinhos que abandonaram as suas casas porque não têm como subir a ladeira”. Eslane acrescenta que também existe a demanda por mais uma opção de linha para as estações de metrô, pois os ônibus só levam até a Lapa.

“Por mim, sairia todos os dias. Mas, pela dificuldade da localidade de ir para o ponto”, relata a cadeirante Sara Conceição. Embora diversas residências do Conjunto sejam adaptadas para pessoas com deficiência, o entorno deixa a desejar. “É uma verdadeira maquiagem você ter casas adaptadas, mas não ter como as pessoas chegarem nelas”.

A moradora Glória Guimarães, mãe de Gustavo, de 11 anos, aponta dificuldades enfrentadas até o ponto de ônibus com o filho autista. “Quando ele percebe que a ladeira é muito grande, ele não quer subir”, desabafa.

Para quem tem crianças pequenas, a distância também prejudica. “A gente está nessa luta para ver se consegue o transporte aqui”, relata Ronaldo dos Santos. Pai de Laura, de 3 anos, o morador conta que a caminhada entre a escola da filha e a casa chega a levar 30 minutos.

A Avam relatou já ter enviado dois ofícios para a Prefeitura de Salvador, em março e em setembro deste ano. De acordo com eles, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) negou as solicitações. “Eles informaram na negativa que já existem as linhas, aqui embaixo, (Rua Santa Filomena) e que os ônibus não poderiam subir porque 90% da população aqui é gratuidade e não pagaria o diesel”, alega Rosenildes.

Em resposta ao A TARDE, a Semob alegou que uma equipe técnica esteve no local em maio deste ano e constatou que o ponto de ônibus está localizado a pouco mais de 300 m do condomínio. Entretanto, a equipe irá retornar ao local para uma nova avaliação. Quanto à inserção de uma linha que leve até a Estação Pirajá, o órgão informou que irá avaliar.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira