SALVADOR
Moradores do desocupam parte do edifício Júpiter
Por João Pedro Pitombo, do A TARDE On Line
Os moradores de seis apartamentos foram obrigados a deixar o edifício Júpiter, no Corredor da Vitória, após o incêndio que atingiu o apartamento 907 do prédio na noite deste domingo. O fogo, que começou durante a tarde e foi debelado por volta das 20h, ficou restrito ao apartamento do nono andar, mas comprometeu os andares superiores e inferiores.
A Coordenadoria Especial de Defesa Civil (Codesal) fez uma avaliação no local e constatou que não havia risco de desabamento. Os apartamentos foram liberados por volta de 23h30 de domingo. Ainda assim, os condôminos dos apartamentos 805, 807, 905, 1005, 1007 e do próprio 907 foram orientados a não permanecerem em suas casas.
Na manhã desta segunda-feira, foi hora de recolher os pertences e conferir os estragos. O apartamento 807, abaixo do atingido pelo fogo, teve o teto danificado. No local, ainda era possível ver goteiras e infiltrações, efeito da ação do Corpo de Bombeiros para controlar as chamas. "O fogo atingiu toda estrutura do teto. Quero saber quem vai arcar com este prejuízo", questiona a moradora do oitavo andar, Maria Auxiliadora.
A energia elétrica de 16 apartamentos entre o sétimo e o décimo andar foi desativada. De acordo com a síndica do edifício, Maria Araújo, a sitação será normalizada somente após o parecer de um engenheiro elétrico que ateste que não há risco de um novo acidente.
Os elevadores do bloco B do edifício, que foi atingido pelo incêndio, também não estão funcionando. A única via de acesso aos apartamentos é a escada, onde nesta segunda-feira, ainda era possível sentir o cheiro das paredes queimadas.
Segurança - No domingo, a ação do corpo de bombeiros foi dificultada pela falta de extintores de incêncio. O responsável pela operação, tenente Elder Ferreira, afirmou à reportagem que entre o sexto e o décimo segundo andar os extintores estava todos vazios.
A síndica do prédio, Maria Araújo, garantiu que os extintores do prédio passam por vistorias periódicas: "Temos uma empresa contratada que faz este serviço de manutenção. Eles vêm quase toda semana", afirma. De acordo com a síndica, muitas vezes os extintores são danificados, provocando o rompimento dos lacres de segurança. "São vândalos que fazem isso", acusa.
Especilistas confirmam que a manutenção e a vistoria dos extintores de incêndio são fundamentais para a garantia da segurança de um condomínio. São três os níveis de manutenção: a inspeção, onde é feita uma vistoria preliminar nos extintores; a verficação, quando a parte interna dos cilindros também é examidada; e a vistoria, quando há uma revisão total dos extintores, com a verificação da pressão interna do extintor.
O especialista em Segurança ao Fogo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), Antonio Fernando Berto, garante que é dever do edifício zelar pela manutenção pela segurança do edifício. "É importante, inclusive, o treinamento de moradores sobre como agir em caso de acidentes envolvendo fogo. É a partir daí que se formam as brigadas de incêndio", orienta.
Laudo - O motivo do incêndio no edifício Júpiter ainda é desconhecido e só será revelado após o resultado da perícia do Departamento de Polícia Técnica. O laudo deve sair somente daqui há 10 dias, mas este prazo pode ser prorrogado caso haja a necessidade de uma avaliação mais detelhada.
A moradora do apartamento onde surgiu o fogo, Celene Viana, não estava no local quando o princípio de incêndio foi percebido pelos vizinhos. Ao saber do acidente, a moradora do declarou que o incêndio pode ter sido causado por um forno elétrico. Na manhã desta segunda-feira, no entanto, Celene refutou a tese e atribuiu o acidente a fatores externos: "Pode ter sido um cigarro aceso que foi arremessado dos andares acima e pegou na cortina", afirma.
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