INFRAESTRUTURA
Moradores reivindicam soluções para problemas crônicos na Barra
Limpurb informa que há uma restrição quanto à instalação de banheiros na região
Por Priscila Dórea
Um dos grandes cartões postais de Salvador – com praia, Porto e Farol –, a Barra, mesmo revitalizada, continua com os mesmos problemas, que a essa altura já são crônicos. “Algo que falta muito são campanhas de conscientização por parte da prefeitura. Não adianta apenas distribuir lixeiras, é preciso alertar sobre os impactos que isso causa. O lixo pode não estar visível na areia, mas pode estar no mar. Nada é mais simples do que fazer alertas, né?”, afirma o diretor de comunicação da Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra), Watson Campos.
Existem lixeiras espalhadas pela Barra, porém elas são incompatíveis com uma área que está sempre tão cheia. “É muita gente circulando aqui o tempo todo e as lixeiras enchem muito rápido e as pessoas vão jogando lixo ao redor dela. Isso, claro, sem falar daqueles que jogam lixo em qualquer lugar. Essas lixeiras deveriam ser maiores e a coleta deveria ser feita algumas vezes durante o dia, principalmente nos fins de semana e feriados”, opina o médico Márcio Bittencourt, que costuma pedalar pela região.
Outro problema é a falta de banheiros. No projeto original da revitalização havia a possibilidade de se colocar banheiros públicos no Porto da Barra e na Praia do Farol, relata Watson Campos da Amabarra, mas isso nunca ocorreu. “Hoje, infelizmente, as pessoas usam o nosso Marco da Fundação da Cidade como banheiro público e o cheiro é insuportável. Não conseguir lidar com esses problemas pequenos mostra a falta de capacidade e de comprometimento da prefeitura em tentar resolver um problema que é crônico da cidade”, enfatiza.
Por meio de nota, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) informou que há uma restrição dos órgãos de proteção ao patrimônio quanto à instalação de banheiros químicos na região. O órgão usou como exemplo a ladeira onde está localizado o Marco de Fundação da Cidade, onde houve a necessidade de retirar o equipamento a fim de seguir tal recomendação.
A nota ainda destaca que a Limpurb dispõe de equipes que realizam todos os dias a lavagem desses trechos para evitar o odor, enquanto a fiscalização compete à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que aplica multas e fazem a respectiva cobrança nos termos da Lei nº 8.512/2013.
A manicure Carla Soares é frequentadora assídua da Praia do Porto da Barra e enfatiza que estranho seria se não visse ninguém fazendo xixi pelos cantos. “Vejo gente fazendo xixi toda vez que venho aqui. Eles não têm vergonha e, mesmo quando um ou outro reclama, eles não param, fazem até graça”.
A questão da mobilidade na região é outro problema que vem se agravando. Tudo começou com as mudanças durante a revitalização em 2013: o sentido na Rua Marquês de Caravelas foi mudado de duplo para único, enquanto a Rua Afonso Celso teve o sentido invertido. Essas e mais algumas alterações obrigam as pessoas a fazerem um verdadeiro tour pelo bairro para saírem das ruas internas.
“E isso tende a ficar ainda pior com os novos empreendimentos. São mais moradores e carros, e isso vai impactar ainda mais o tráfego e a mobilidade. Isso não tem sido discutido com pessoas competentes e engenheiros de trânsito, para que uma forma de minimizar esse impacto seja pensada”, afirma Watson Campos da Amabarra.
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