SALVADOR
Moro e Lula viram 'Judas' e serão queimados em Salvador
Por Aina Soledá

"O Judas morreu/ não teve o que deixar/ Deixou uma bombinha/ para meu amigo Claudio tomar./ Para meu amigo Bulinho/ que gosta de ostentar/ vou lhe dar um conselho/ meu filho, vá trabalhar!". É neste clima de descontração que moradores da rua da Liberdade, no final de linha de Pirajá, vão queimar o Judas na noite deste sábado, 26.
O líder comunitário Fábio Ferreira contou que malhar o Judas já faz parte da tradição dos moradores. "Trata-se de um momento engraçado, onde as pessoas ficam ansiosas para se divertir ouvindo o que os vizinhos têm a falar deles", disse.
Judas é representado por um boneco de palha amarrado em um poste ou galho de árvore, enforcado e, depois, queimado. Os católicos adotaram o ritual na semana da Paixão de Cristo, para fazer a 'condenação' do apóstolo traidor.
Tradicionalmente, antes da 'execução', é lido o 'testamento' de Judas, escrito pelos populares e colocado no bolso do boneco. O 'documento' é composto por sátiras às pessoas e fatos locais. Este ano, além do poema criado para os vizinhos, as comunidades estão apostando em questões polêmicas relacionadas à crise por que passa o país.
Com o tema 'A Bahia na Política', moradores da rua Graciete Leal, no Pau Miúdo, já anteciparam o testemunho: "O Judas morreu/ não teve o que deixar/ Deixou o cinto de Lula/ para ele se enforcar".
Segundo o líder comunitário Antônio Luís, o tema foi escolhido porque a população não suporta mais as decepções causadas pelo governo. Para Antônio, mesmo com todos os benefícios, Lula destruiu o sonho dos brasileiros de viver em um "país melhor e essa é a hora de 'fazer justiça".
Moro na mira
Em Pirajá, a queima do Judas acontece no fim de linha do bairro. O Núcleo de Apoio ao Desenvolvimento de Pirajá (NADP) está organizando o evento, que também usa o polêmico cenário da Operação Lava Jato: o 'condenado da vez' será o juiz Sérgio Moro.
De acordo com o presidente do NADP, Fábio Ferreira, a escolha deve-se à forma com que o magistrado vem tratando a operação. "O principal objetivo dele não é punir os culpados, mas sim prejudicar o governo por interesses partidários", afirmou.
Basta de corrupção
Há 15 anos, moradores da Segunda Travessa Netuno, em Pituaçu, realizam a 'queima do traidor'. O tema deste ano também é a Operação Lava Jato. Os moradores pretendem dar um basta na corrupção. O líder comunitário Frank Cerqueira avisa que a diversão começa às 15h.
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