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MASSA FORT

MPT instaura inquérito civil para apurar responsabilidades de acidente

Segundo dados iniciais do órgão, não houve manutenção preventiva dos equipamentos

Por Nicolas Melo

02/03/2023 - 5:30 h
Acidente ocorreu na sede da empresa Massa Fort, no Largo do Retiro, na capital
Acidente ocorreu na sede da empresa Massa Fort, no Largo do Retiro, na capital -

O Ministério Público do Trabalho (MPT), na Bahia, instaurou ontem um inquérito civil para apurar as responsabilidades trabalhistas sobre o acidente na usina de concreto da empresa Massa Fort, no Largo do Retiro, que causou a morte de Edvan Rangel Ribeiro, 33 anos. Ele foi atingido por um silo de cimento que desabou após a estrutura de sustentação colapsar na última terça-feira. Edvan foi sepultado na tarde de ontem, no cemitério de Candeias.

A Polícia Civil expediu as guias de perícia e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) já esteve no local. O caso foi registrado na 11ª Delegacia Territorial (DT/Tancredo Neves).

O procurador do MPT e coordenador regional de saúde e segurança do trabalho, Ilan Fonseca, teve acesso sobre segurança do local. "As primeiras informações dão conta de que não houve uma manutenção preventiva nos equipamentos e tudo isso com a falta de treinamento dos empregados em segurança e saúde no trabalho", disse.

Denúncias podem ser feitas de forma anônima do site do MPT (www.prt5.mpt. mp.br/). A reportagem tentou contato com a empresa, assim como o Sindicato dos Condutores em Transportes Rodoviários de Cargas Próprias do Estado da Bahia (Sintracap), mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Após a morte de Edvan, um dos colaboradores falou, sob anonimato, com medo de retaliações da empresa. "Não sou perito, nem engenheiro, mas eu sei que houve algum erro de cálculo para aquela estrutura desabar e eu acredito que todo acidente tem uma proporção de ser evitado", disse a fonte, acrescentando que foi imprudência da empresa em não checar a colocação dos equipamentos.

Denúncias

A morte de Edvan acabou sendo um estopim para situações de irregularidades, principalmente na área trabalhista. De acordo com a fonte em anonimato, a empresa tem práticas abusivas e exploratórias. Por medo do desemprego, eles se submetem aos maus-tratos.

"Essa empresa que não tem respeito pelo profissional. Edvan era um excelente profissional. Após o acidente, um colega foi obrigado a fazer a entrega de material. Hoje (ontem), a base da empresa em Simões Filho operou após a morte de um funcionário. Os colegas não foram liberados para o seputamento", disse.

"Somos tratados como um nada. Não temos hora de almoço e nem de descanso. Temos hora para entrar, mas não para sair. Enquanto tiver material, somos obrigados a estar na rua e se a gente falar que não, muitas vezes somos ameaçados a tomar justa causa", completou.

De acordo com ele, o horário exigido para abertura do ponto é 6h30, mas há relatos de fechamento do expediente às 1h. "Tem vezes que a gente sai 22h, 23h e até 1h. Depois, eles querem que a gente esteja lá, às 6h30 do mesmo dia", completou.

Irregularidades

A empresa tem uma prática antiga de desvio de funções. "Aqui motorista é operador de bomba, mecânico de caminhão, operador de produtos químicos, limpador de betoneira", lamentou a fonte, falando ainda sobre a falta de pagamento de horas extras, assim como adicional noturno, insalubridade. "Eles nunca pagaram nada correto. Nem produção nem hora extra".

Um ex-funcionário da Massa Fort relatou a mesma situação. "Sai de lá há dois anos, mas nada mudou. Eles tratam os funcionários muito mal. Faziam a gente de escravos. Eu cansei de entrar 6h e só sair 22h ou mais e queriam que eu estivesse lá cedo no outro dia. Quando acontecia isso, eles ameaçavam demissão por justa causa", falou o trabalhador.

Edvan, que era motorista de caminhão betoneira, estava carregando o veículo para mais uma entrega, quando o suporte do silo desmoronou e caiu por cima da cabine do caminhão de Edvan, que não teve chance de correr. Outros dois colegas conseguiram escapar, mas ficaram feridos. O corpo de Edvan ficou sob os escombros de metal e cimento. A vítima integrava o grupo da Massa Fort há cerca de três anos e meio.

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