A Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA/Ebserh), em parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - Regional Bahia (SBOC-BA) e o Hospital Aristides Maltez (HAM), sedia hoje um mutirão com rodas de conversa e atendimento especializado para 100 mulheres, que aguardam na fila da MCO-UFBA/Ebserh, para consultas e exames de mama.
A ação acontece das 7h30 às 12h30, com pacientes na faixa de risco ou que possuem histórico familiar da doença, oferecendo atendimento integral no mesmo dia, realizando consultas, ultrassonografias e mamografias. Os casos suspeitos da doença serão encaminhados para o ambulatório de Mastologia do Hospital Aristides Maltez.
O evento, que tem apoio da Associação Bahiana de Medicina (ABM), aborda estratégias de prevenção e combate ao câncer de mama, através das rodas de conversa, com uma equipe multidisciplinar de psicólogas, enfermeiras, nutricionistas e fisioterapeutas.
A pandemia de Covid-19 afetou a prevenção e o tratamento do câncer de mama, e essa ação da campanha Outubro Rosa busca desafogar o sistema. O número de mamografias realizadas na rede pública em 2020 foi 42% a menos que em 2019. Foram 800 mil exames não realizados, segundo estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
"É esperado um boom de casos avançados e um represamento dos casos de câncer em um sistema de saúde que já trabalha no limite da sua capacidade. Com a melhora dos casos de Covid-19, as mulheres já estão encontrando dificuldades para agendar as mamografias", declara a oncologista e presidente da SBOC-BA, Renata Cangussu.
A mamografia é um exame muito importante para detecção precoce do câncer de mama e foi o único exame que se mostrou capaz de reduzir a mortalidade pela doença em até 30%. "A gente sabe que quando se tem um diagnóstico precoce do câncer de mama, a chance de cura passa dos 95%, então é indispensável que a gente consiga fazer isso para toda a população", explica Renata.
Segundo a oncologista, é imprescindível que mulheres acima de 40 anos façam uma mamografia de rastreamento e visitem um mastologista anualmente, mesmo quando não há sinais nem sintomas. Além dos exames, o Inca estima que 30% dos casos podem ser evitados com a mudança de hábitos, adotando uma rotina saudável.