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SALVADOR

Na região do Nordeste de Amaralina, 75 pessoas foram mortas em 2008

Por Deodato Alcântara, do A TARDE

03/05/2009 - 21:36 h

Geralmente responsabilizadas, entre outras coisas, pelas mazelas que afligem as comunidades de baixa renda, as polícias Civil e Militar têm justificativas coincidentes quando falam sobre a região englobada pelo Nordeste de Amaralina (Vale das Pedrinhas, Santa Cruz e Chapada do Rio Vermelho): seus integrantes se queixam da falta de estrutura delas e dos bairros.

Na única companhia militar para os quatro locais (40ª CIPM), o quadro não é novidade em relação às chamadas periferias: “Não tenho efetivo para policiar adequadamente a região e atender ao que a comunidade anseia”, diz o major Gildemar Gualberto, comandante há cinco meses da 40ª. “Há exclusão muito grande, ausência do Estado, as pessoas não dispõem de ações fundamentais”, comenta ele.

Na 28ª CP (delegacia para atender cerca de 100 mil habitantes), a delegada Jussara Souza, titular há quatro anos, alega que “o efetivo não é o ideal para atender às ordens de serviço, realizar investigações e ações burocráticas, como entregar intimações. Sem contar que a estrutura atual nos impõe atribuições como levar preso a fórum e médico, além de cuidar de carceragem”. E as políticas públicas? “Fortalecer a rede social e evitar que o jovem seja cooptado pelo crime, pois as quadrilhas perdem homens e têm de substituí-los. O Estado precisa encontrar jeito de agir no fornecedor de drogas, mão-de-obra e armas. Os criminosos têm armas pesadas de última geração”, diz a delegada.

Para o major Gualberto, em muitas ocasiões, as queixas não procedem. “Quando alguém liga para o 190, geralmente traça um quadro violento que superdimensiona os fatos”, disse. Porém ele admite a falta de policial na rua. “Quando nos avisam que há grupos armados nas ruas, nos deslocamos para averiguar. Muitas vezes, não procede; se há, eles sempre correm, raramente nos enfrentam; respeitam”, conta. Mas o major não admite o domínio dos traficantes. “Temos pontos mais perigosos, mas meu policial entra em qualquer beco ou viela do complexo Nordeste. Nem precisa de equipe grande”.

Sem módulos – No ano passado, porém, a PM desativou dois dos três módulos locais. O do Nordeste (no Areal), em outubro, foi incendiado por moradores da área, depois que PMs mataram o porteiro Gilson Barreto, que não tinha ficha criminal. O do fim de linha de Santa Cruz foi fechado em dezembro, sob alegação de falta de segurança para os PMs, pois foi alvo de tiros, à noite. “Propus aos líderes comunitários que, se a comunidade reconstruir o módulo do Areal, eu o reabro. O outro também deve ser reaberto”, afirma o major.

Traficantes teriam forçado a comunidade a atear fogo no módulo, diz Gualberto: “Existem grupos de marginais que mantêm parte da comunidade refém”. Para ele, esses bairros necessitam de efetivo maior que os de classe média: “Espero que passe a acontecer com a chegada dos policiais prometidos”.

Como o major, a delegada Jussara diz que o crime no Nordeste é diferente de outras partes da capital: “Há índice baixo de arrombamentos, a prioridade é o narcotráfico. A célula criminosa aqui tem forte conexão com criminosos já presos. Talvez isso explique as armas pesadas”. De oito comerciantes entrevistados, seis admitiram pagar segurança clandestina: “R$ 200 ao mês, uma equipe de dia, outra à noite, ambas de policiais”, disse o dono de um mercadinho.

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