SALVADOR
Presa a quadrilha que roubou mais de 20 bancos
Por Deodato Alcântara, do A Tarde
Com as prisões do foragido da Justiça Franklin Costa de Araújo, 34 anos, e dos parceiros dele, os irmãos José Eudes, 27, e Edilson Pessoa Galdino, 24, a polícia acredita ter desarticulado um bando responsável por, pelo menos, 20 roubos a bancos nos dois últimos anos, nove desde que Araújo saiu da Colônia Penal Lafayete Coutinho, em outubro de 2007. A gangue, da qual fariam parte mais quatro ou cinco homens (foragidos), teria roubado cerca de R$ 1,4 milhão, só na região de Irecê (a 468 km da capital).
A investigação à quadrilha durou três meses e foi deflagrada de forma cinematográfica. É que, na terça-feira, 29, ao tomar conhecimento de que o gerente de uma agência do Banco do Brasil havia sido seqüestrado, entre os municípios de Canarana e Irecê (numa falsa blitz na estrada), policiais deixaram a capital em um avião do Estado. Cerca de três horas depois, cercaram os bandidos na frente da casa do bancário, com ele no carro, já no município de Irecê.
A agilidade foi fundamental para o êxito da ação. “Tínhamos conhecimento de que seguiriam para a casa do gerente, para fazer reféns também a mulher e filhos dele, precisávamos ser rápidos”, relatou o delegado Clayton Chaves, do Comando de Operações Especiais da Polícia Civil (COE). Cercados, os bandidos negociaram a rendição, com uma arma na cabeça da vítima. Com eles foram apreendidas uma granada e três pistolas municiadas, uma delas – calibre .40 –, com o emblema da Polícia Militar paulista.
INFILTRAÇÃO – Segundo o secretário da Segurança Pública, César Nunes, técnicas de infiltração (quando policial ou pessoa a serviço da polícia trava relações com os bandidos para obter informações sigilosas) contribuíram para o sucesso.
O líder do grupo, Franklin Araújo, que seria conhecido como Pitbull, é natural de São Paulo, mas foi criado na região de Irecê, em cujo local foi vigilante do Banco do Brasil (BB) em várias agências. Também, segundo ele, foi soldado do Exército, o que o teria levado a Angola, por seis meses. Ainda nos anos 90, foi preso e condenado por roubos a bancos, até ser beneficiado pela Justiça com a chamada saída regular, em outubro passado, quando gozava de regime semi-aberto. Não voltou à Colônia Penal.
“Depois, ele comandou nove roubos”, disse Fábio Santos Silva, delegado de Irecê. O bando teria roubado R$ 762 mil no BB de Cafarnaum (duas ocasiões), R$ 360 mil em Ipupiara, R$ 105 em Presidente Dutra, R$ 60 mil em Barra do Mendes, R$ 58 mil em Morro do Chapéu, R$ 40 mil em Canarana).
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