Projeto pretende implantar jardim de chuva em escola

O Projeto Escola Verde com Afeto está concorrendo em votação popular, até quinta-feira, 16, às 18h para conseguir o financiamento do edital nacional Educar para Transformar 8, do instituto MRV. O objetivo é implementar jardins de chuva no colégio estadual Professora Marileine da Silva, em Mata Escura. O resultado será publicado no dia 17 no site do MRV.

Para votar, basta acessar o site votacaoeducar8.prosas.com.br, selecionar o Escola Verde e confirmar a escolha no email. O link também está disponível no instagram do movimento Canteiros Coletivos (@canteiroscoletivos), idealizador e responsável pelo projeto. Dos 12 projetos selecionados pelo edital, 5 serão financiados.

Jardim de chuva é um sistema inteligente de plantio, criado numa região árida da África, plantando em zonas de acúmulo de água para qualificar o solo. “Por exemplo, quando cai aquelas chuvas bem fortes em Salvador e forma aquela corrente que passa no meio-fio, ela pode ser desviada para uma área um pouco mais abaixo do nível da calçada e essa água fica acumulada numa espécie de piscina que vai começar a absorvê-la. Quando a chuva é forte, deixa um certo acúmulo de água durante um tempo e aos poucos ela vai sendo absorvida e evaporando”, explica Débora Didonê, jornalista, permacultora e gestora do Canteiros Coletivos.

Enquanto a água está nesse processo de absorção, as plantas estão sendo nutridas e não exige que sejam regadas. Esse sistema também elimina pontos de alagamento na cidade, pois a água deixa de ficar pelas ruas. O excesso de concreto nos centros urbanos faz com que a água da chuva não tenha para onde ir e os jardins de chuva são uma forma de mitigar a mudança climática.

O financiamento tem duração de dois anos e o orçamento é disponibilizado de acordo com as demandas do projeto. Para se inscrever no edital, o Canteiros Coletivos precisou elaborar um planejamento com descrição de todas as etapas e custos, que já foi analisado e aprovado. O Educar para Transformar 8 quer apoiar iniciativas que impactem positivamente o ambiente escolar com metodologias ativas, que destacam o estudante como protagonista do seu aprendizado.

Esta iniciativa é a quarta fase do projeto Escola Verde com Afeto que, por meio do Canteiros Coletivos, atuou na retirada de resíduos e criação de jardins em fachadas de escolas, incluindo o colégio Professora Marileine da Silva, na sua primeira edição, em 2018.

O Canteiros Coletivos é um movimento de intervenção urbana que surgiu em 2012 com ações em jardins e áreas verdes de convívio. “Salvador tem um problema muito sério com os resíduos. Eles se acumulam em diversos pontos da cidade, em áreas terrenas que poderiam ser canteiros, jardins e locais de absorção de água da chuva. Lugares como calçadas, praças e até fachadas de escolas, acabam virando pontos abandonados e depósito de resíduos”, afirma Débora.

Segundo a permacultora, o jardim é uma forma de melhorar a qualidade de vida e saúde das pessoas. A organização Ser, parceira institucional do Canteiros Coletivos, ajuda o movimento a conseguir recursos para os projetos e irá realizar oficinas e atividades de gestão com a comunidade local.

"A pandemia mostra que a sala de aula precisa também estar nas ruas, em torno da escola e da comunidade e ser um espaço agregador, onde as pessoas possam conviver e aprender juntas. Sair um pouco da perspectiva de que a sala de aula é entre quatro paredes para que o espaço público possa trazer todas as disciplinas que dialogam com as atividades educativas", declara Débora.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira