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MEIO AMBIENTE

Projeto visa recuperar recifes da Baía de Todos-os-Santos

Iniciativa planeja cultivar 1000 mudas do coral de fogo que serão distribuídas em 5000 m² de recifes da BTS

Por Iamany Santos*

04/05/2022 - 6:04 h | Atualizada em 04/05/2022 - 21:54
Mergulhadores instalando as sementeiras dos corais em berçários na BTS
Mergulhadores instalando as sementeiras dos corais em berçários na BTS -

Os recifes são um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo e mitigar os danos causados é cada vez mais necessário. Em Salvador, o projeto ‘Corais de Maré’ que visa a recuperação dos recifes de corais da Baía de Todos-os-Santos (BTS) é realizado desde janeiro e é pioneiro no país.

A iniciativa é uma parceria entre a Carbono 14 – startup de soluções ambientais –, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e o Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré (IPA) e se chama ”. O projeto utiliza tecnologia idealizada pela Carbono 14, que constrói “sementeiras” – um tipo de base para o crescimento de mudas – a partir do esqueleto de uma espécie invasora dos recifes da Baía, o coral-sol.

As sementeiras são colocadas em “berçários” instalados no fundo do mar, em Ilha de Maré, onde estão sendo cultivadas mudas da espécie nativa Millepora alcicornis, conhecida como coral de fogo. Serão ao todo 20 berçários. Até o momento, 10 foram instalados e o restante serão ainda este mês.

Espera-se que entre novembro e dezembro deste ano, as mudas possam ser levadas aos recifes. A iniciativa planeja cultivar 1000 mudas do coral de fogo que serão distribuídas em 5000 m² de recifes da BTS.

O coral-sol é uma espécie exótica descoberta há mais de duas décadas na BTS. Uma vez que não possui predador natural aqui, tornou-se uma praga e vem destruindo a diversidade de espécies nos recifes locais.

Para mitigar esse dano, o coral-sol era extraído manualmente, mas não havia muito o que fazer com seu esqueleto. Foi daí que surgiu a ideia do uso para promover a recuperação dos recifes. José Roberto Caldas, conhecido como Zé Pescador e CEO da startup de soluções ambientais Carbono 14, trabalha há anos com a extração dessa espécie e desenvolveu a técnica para as sementeiras. “Meu objetivo era uma melhor destinação ao coral-sol”.

A construção das sementeiras consiste na extração do coral-sol e na secagem e trituração de seu esqueleto, que é incorporado a um cimento ecológico. A partir dessa mistura são construídas as sementeiras para as mudas de coral de fogo.

A proposta do projeto é integradora e a parceria com o IPA ajuda a criar uma ponte entre o Corais de Maré e as comunidades tradicionais da região. O Instituto de Geociências da Ufba contribui com apoio técnico e oficinas para que os pescadores possam participar do processo.

A pesquisa sobre formas mais eficazes de contribuir para o crescimento das espécies nativas de corais é conduzida pelo professor de oceanografia biológica da Ufba, Igor Cruz, e visa testar materiais recicláveis, a exemplo do plástico, como base para o crescimento dessas espécies. “O coral de fogo cresce 14 cm por ano, os outros crescem apenas milímetros. Anda assim, 14 cm é muito pouco quando a gente fala de recuperação de recifes”, explica Igor.

Os recifes da Baía de Todos os Santos são monitorados por Igor, desde 2007, e ele observou a perda de pelo menos 50%. Os recifes são um ambiente de alta complexidade dimensional, serve como viveiro para diferentes espécies de animais. Por isso, desempenham papel importantíssimo na preservação da biodiversidade marinha.

É também por conta dessa característica que o coral de fogo foi escolhido para os experimentos do projeto. Essa espécie possui uma estrutura parecida com uma árvore, logo oferece um ambiente tridimensional que pode servir como abrigo para outros animais.

Para testar a velocidade de crescimento do coral de fogo serão usados vários tipos de plástico como o PET, o polietileno e o nylon, além de outros materiais. É previsto que a partir dessa estrutura o coral de fogo cresça 4x mais rápido, o que seria um grande passo para o processo de recuperação dos recifes.

Foi devido ao caráter inovador do projeto que a Braskem, empresa petroquímica patrocinadora do projeto, resolveu investir na causa. “Acreditamos no potencial do plástico como uma solução simples, barata e eficaz para construção de um futuro sustentável. Projetos como esse contribuem para a ressignificação desse resíduo, destacando que esse material oferece inúmeros benefícios para a segurança e bem-estar da população”, enfatiza Magnólia Borges, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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Tags:

baía de todos-os-santos corais da maré recuperação de recifes

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