SALVADOR
Radar para monitorar o clima em SSA é danificado por tiro
Por Anderson Sotero

A operação para reduzir os danos provocados pelas chuvas na capital teve início, em 1º de abril, sem o auxílio de um dos seus principais instrumentos: o radar meteorológico que está sendo instalado na região do aeroporto internacional de Salvador.
O aparelho - usado para detectar, com precisão, eventos atmosféricos - foi alvejado por tiro na fase de implantação, no início de março, e a autoria não foi identificada.
Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Marinez Cardoso, o período de maiores volumes de chuva em Salvador é de abril a junho. Na comparação de 2013 com 2012, as solicitações de emergências aumentaram 14,5%. Foram 3.383 ocorrências, em 2013, contra 2.953, em 2012.
A previsão para que o radar se torne mais um aliado na Operação Chuva 2014, segundo o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Álvaro da Silveira Filho, é num prazo de 30 dias. "Ele não está funcionando devido ao vandalismo. Deram um tiro no radar. Há a informação de que pode ter sido alguém da área, mas acredito que foi alguém que passou de carro", disse.
O equipamento está sendo instalado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "Com o radar, teremos informação mais rápido, o que faz com que se demande equipes para áreas monitoradas. É um equipamento melhor que o pluviômetro", disse.
A assessoria do Cemaden informou que já contatou a empresa responsável pelo conserto, mas não soube dizer se a ocorrência foi registrada em delegacia de polícia. "O radar mais próximo é o de Recife (PE). Hoje, a gente trabalha com informações do Cemaden e do Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres)", acrescentou Álvaro Filho.
O aparelho, que custa cerca de R$ 8 milhões, faz parte de um conjunto de nove radares que serão instalados em diferentes estados, adquiridos pelo Cemaden para atender a uma das metas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres Naturais, lançado em agosto de 2012. "As informações obtidas com o radar serão importantes para as ações de monitoramento e prevenção desses desastres", destacou.
Instrumentos
Para a Operação Chuva 2014, a Codesal conta com 8 dos 15 pluviômetros instalados desde 2013. Sete deles ainda estão em fase de teste. Os outros oito estão montados em locais como a Av. Contorno, Canabrava, Cabula e Paralela.
"Eles ajudam a medir o quantitativo de chuva no local para que a gente fique alerta quando chegar ao limite", explicou Álvaro. A previsão é instalar mais três até o final da Copa deste ano.
O diretor da Codesal destacou, ainda, que existe um sistema municipal de proteção e defesa civil, que conta com órgãos como Limpurb, Sucop, Sucom e Bombeiros.
Para atuar, engenheiros da Defesa Civil trabalham com um plano diretor de encostas de 2004, que mapeia 433 áreas de risco. "Estamos atualizando o plano. Hoje, estimamos cerca de 600 áreas de risco. Anualmente, começamos com ações de limpeza e visitas diárias nas áreas, com ações preventivas, educacionais e vistorias", afirmou. O órgão conta com 40 engenheiros para avaliar riscos.
Para o diretor da Escola Politécnica da Ufba, Luís Campos, radares e pluviômetros são "interessantes do ponto de vista da evacuação. Mas não resolvem o problema da estabilização das áreas de risco. É necessário conter as encostas e reduzir o risco nestes locais", ressaltou.
O secretário de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil, Paulo Fontana, foi procurado para falar das contenções realizadas, mas a assessoria não respondeu até o fechamento desta edição. Previsão é que o decreto que regulamenta a operação seja publicado nesta quinta-feira, 10.
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