SALVADOR
Rock Rio vai recorrer de despejo do Aeroclube
Por Kleyzer Seixas, do A Tarde On Line
O proprietário do Rock in Rio Café Salvador, Herder Mendonça, irá recorrer da decisão sobre a desocupação do imóvel, localizado no Aeroclube Shopping & Office, na Boca do Rio. Cadeiras, mesas, engradados de cervejas, caixas de whisky e aparelhos eletrônicos foram parar do lado de fora na última quarta-feira, 14, um dia após ter sido divulgada a informação sobre decisão judicial no Diário Oficial da Bahia. O empresário garante que não foi notificado sobre a ação.
Os objetos foram retirados por funcionários que trabalham nas obras do centro de entretenimento, acompanhados por um oficial de Justiça. Segundo Mendonça, vários deles foram quebrados. A carga, transportada em três caminhões e uma caçamba contratada pela empresa que gerencia o Aeroclube, ainda foi saqueada por moradores de Pernambués na mesma noite. No bairro, fica localizado um dos depósitos para onde parte da carga foi levada.
Devido às circunstâncias, o empresário argumenta que deveria ter sido avisado previamente para providenciar a mudança. “Não fui informado antecipadamente. A única coisa que sei é que destruíram meu patrimônio. Acabaram o meu bar. Tinham mais de 110 caixas de whisky e não foi encontrada a metade até agora. Espero que o resto esteja em um depósito da Estrada Velha do Aeroporto, outro lugar onde fui obrigado a deixar a carga, além dos depósitos da Boca do Rio, que pertencem a mim, e o de Pernambués. Mesmo com a suspensão da liminar, foi absurdo me despejarem”.
Herder Mendonça refere-se à cassação de uma liminar concedida há cerca de 40 dias que o autorizava a continuar ocupando a área até 2010. A licença da justiça para continuar no local foi conseguida, segundo o empresário, devido ao descumprimento, por parte do Aeroclube, de um acordo feito em 2005. Conforme Mendonça, o Aeroclube não resolveu o problema dos casos de prostituição, como havia prometido naquele ano. O consórcio também, segundo Mendonça, passou a fechar o local à 1h da manhã, o que impedia o acesso de freqüentadores e músicos quando as festas ainda estavam começando.
“Há dois anos firmamos um acordo em que ficaria até 30 de junho de 2007. Durante esse período, ele daria total garantia de que revitalizaria o local para que não saísse no prejuízo. Perdi dois milhões de reais em nove anos de Rock in Rio. Imaginei que fosse tirar o prejuízo nesses dois anos, mas eles não colaboraram. Somente em março deste ano, começaram as obras no Aeroclube. Depois disso, resolvi levar para a Justiça porque eles descumpriram o acordo. Eu cumpri 100%. Paguei tudo, tenho os recibos na mão. O juiz me deu ganho de causa imediata”, diz Mendonça.
Por meio da assessoria de imprensa, o Aeroclube Shopping & Office afirmou que não foi informado, por documento ou verbalmente, sobre a permanência do Rock in Rio até 2010. Ainda segundo a assessoria do Aeroclube, o Rock in Rio Café devia aluguéis ao Consórcio e seria despejado em 2005, o que não ocorreu devido ao acordo firmado entre as partes no mesmo ano. Em negociações, o Consórcio teria perdoado as dívidas do estabelecimento, que deveria, portanto, desocupar a área até 30 de junho deste ano. O Consórcio diz ainda que a intervenção foi necessária devido a um acordo com a Prefeitura Municipal de Salvador.
O contrato prevê, segundo a assessoria do Aeroclube, a revitalização do Aeroclube Plaza Show, que passa a se chamar Aeroclube Shopping & Office. Em carta, a assessoria esclarece: “Logo, se o Rock in Rio não desocupasse o imóvel, o Consórcio não poderia fazer qualquer intervenção no bloco por ele ocupado, sendo o Consórcio obrigado a descumprir seu compromisso com a Prefeitura de Salvador”, diz o documento.
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