SALVADOR
Salvador Card começa a funcionar sem meia-entrada
Por Marcia Gomes,A Tarde
O Salvador Card, novo sistema de bilhetagem eletrônica para estudantes, já está funcionando nos ônibus desde a última segunda-feira. Mas apenas parcialmente, porque as máquinas validadoras do cartão - que também garante a meia-entrada em casas de espetáculo, cinemas, eventos culturais e esportivos entre outros - ainda não foram instaladas nestes estabelecimentos, o que só deve acontecer em maio. Até lá, todos que têm direito à meia-entrada terão que pagar por uma inteira.
As entidades estudantis conveniadas com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setps), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) é que vão organizar a lista de instituições cadastradas para receber meia-entrada, informou o gestor operacional do Salvador Card do Setps, George Correia.
Segundo Horácio Brasil, superintendente do Setps, as entidades propuseram a parceria no ano passado e, dos R$ 25 cobrados pela primeira e segunda vias do Salvador Card, R$ 4,60 serão revertidos para UNE e Ubes, referentes à taxa do selo holográfico destas entidades. George Correia explica que a migração do smart card para o Salvador Card é inevitável e o prazo expira em 30 de abril.
EXCLUÍDO O presidente da União do Movimento Estudantil (Umes), Dionísio Campos, líder estudantil que representa estudantes de Salvador e Região Metropolitana, reclama que, de acordo com a lei municipal 5.296/97, toda entidade estudantil tem direito a colocar a logomarca na carteira estudantil.
Nós enviamos ofício no mês passado, solicitando nossa inclusão no convênio, mas não obtivemos resposta. O Setps deu preferência apenas às duas entidades, Une e Ubes, afirma. Horácio Brasil nega a informação, argumentando que o convênio foi assinado no início da semana passada e que o ofício da Umes lhe teria sido entregue somente anteontem.
O superintendente de Transportes Públicos de Salvador, Lomanto Neto, disse que, em abril, cem mil estudantes passarão a usar o Salvador Card e, em maio, mais 150 mil vão aderir à nova modalidade de bilhetagem eletrônica, totalizando 250 mil usuários.
Continua valendo o sistema de meia-passagem em fins de semana e feriados para os estudantes. A vantagem é que, além de ser um cartão de acessos, que diminui a circulação de dinheiro nos coletivos, o Salvador Card também é um documento estudantil, destaca.
Lomanto Neto avisa que, caso o Salvador Card seja perdido ou roubado, basta entrar em contato com o Setps para que os créditos sejam bloqueados. Para adquirir a segunda via, o estudante terá de pagar R$ 25 pela emissão do novo cartão.
Falsificação O principal objetivo do Salvador Card, além de unificar cartão de meia-entrada e meia-passagem, é coibir a falsificação de documentos estudantis. A TARDE publicou matéria em 6 de julho de 2005 denunciando que, em apenas dois dias, era possível conseguir carteira de estudante com informações falsas, sem precisar apresentar qualquer documentação que comprovasse o vínculo com alguma instituição de ensino.
A reportagem pagou apenas R$ 7 ao suposto representante de uma entidade estudantil cadastrada na Secretaria de Educação Estadual (SEC) e licenciada para confeccionar o documento, que vale em todo o território nacional até março de 2006. A carteira permitia, mediante pagamento de meia-entrada, acesso a shows, teatro, cinema e eventos esportivos. O contato foi feito com a Associação dos Grêmios Estudantis Secundaristas da Bahia (Agesb).
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